Barroso e Mendonça batem boca em julgamento sobre porte de drogas

Barroso disse ter recebido uma ligação do presidente da CNBB dom Jaime Spengler, que manifestou preocupação com "desinformação" sobre o julgamento
Por: Brado Jornal 21.jun.2024 às 09h53
Barroso e Mendonça batem boca em julgamento sobre porte de drogas
Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Roberto Barroso, discutiu na sessão desta quinta-feira (20) com o ministro André Mendonça sobre o julgamento que trata da descriminalização do porte pessoal de drogas, retomado no plenário da Corte.

Barroso disse ter recebido uma ligação do presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, dom Jaime Spengler, em que o bispo disse estar preocupado com o tema. No entanto, segundo ele, depois de explicar sobre o que estava sendo tratado, Spengler afirmou que havia recebido uma “informação incorreta” sobre o caso.

Em resposta, Mendonça rebateu, dizendo que a informação recebida pelo bispo era, na realidade, correta. “Com a devida vênia e respeito que sempre tenho por vossa excelência, eu não creio, não entendo que o presidente da CNBB esteja sendo vítima de desinformação. A opinião dele é compartilhada por mim, ela está consignada no meu voto”, afirmou.

Barroso afirmou novamente que havia conversado diretamente com o bispo. De acordo com ele, Spengler disse não estava “ciente” de que a discussão decidia se o porte de drogas era um ato ilícito penal ou um ato ilícito administrativo.

Mendonça voltou a dizer que a informação estava correta e que, se a Corte decidisse por descriminalizar o porte pessoal, estaria “passando por cima” do Poder Legislativo.

“Eu não acho que ele tenha a informação incorreta, não, acho que a informação é essa mesmo. Nós estamos passando por cima do legislador caso essa votação prevaleça com a maioria que hoje está estabelecida. O legislador definiu que portar drogas é crime. Transformar isso em ilícito é ultrapassar a vontade do legislador. Nenhum país fez isso por decisão judicial, nenhum”, disse o magistrado.

Em seguida, Barroso subiu o tom de voz e disse que Mendonça estava falando “a mesma coisa” que ele. O presidente do STF disse que o ministro tinha “todo o direito” de entender que o porte de drogas é um ato ilícito penal, mas que a sua explicação havia sido “absolutamente correta”.



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