Moraes usou TSE para monitorar redes de Eduardo Bolsonaro e Zambelli

Ministro afirma que todos os procedimentos 'foram oficiais, regulares e estão devidamente documentados'
Por: Brado Jornal 15.ago.2024 às 07h40
Moraes usou TSE para monitorar redes de Eduardo Bolsonaro e Zambelli
Wilson Dias/Agência Brasil

O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes teria pedido de forma extraoficial à Justiça Eleitoral o monitoramento das redes sociais de deputados aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2022, como Bia Kicis (PL-DF), Carla Zambelli (PL-SP) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

Mensagens obtidas e divulgadas pela Folha de S.Paulo indicam que Moraes usou o Tribunal Superior Eleitoral para embasar inquéritos de sua relatoria no Supremo. As conversas, trocadas via WhatsApp, incluíam o juiz e assessor do ministro no STF Airton Vieira e o perito criminal Eduardo Tagliaferro –que trabalhava na Corte Eleitoral antes de ser preso por violência doméstica.

Em uma troca de mensagens, em 6 de outubro de 2022, Vieira, a pedido de Moraes, instruiu Tagliaferro a monitorar as redes sociais dos deputados para verificar ofensas a ministros do STF e do TSE ou a divulgação de fake news para “fins de multa”. Não está claro como o gabinete usou esse relatório.

“Boa noite, Eduardo! Tudo bem?! O Ministro pediu para verificar, o mais rápido possível, as redes sociais dos Deputados bolsonaristas (os nomes envio abaixo), ver se estão ofendendo Ministros do STF, TSE, divulgando ‘fake news’, etc., para fins de multa. Ele tem bastante pressa…Obrigado.”

Além de Kicis, Zambelli e Bolsonaro, a lista também citava os ex-deputados Major Vitor Hugo (PL-GO) e Daniel Silveira e os deputados Marco Feliciano (PL-SP), Junio Amaral (PL-MG), Filipe Barros (PL-PR), Otoni de Paula (MDB).

Tagliaferro respondeu que faria o monitoramento e, no dia seguinte, Vieira solicitou um relatório detalhado com as datas das postagens dos deputados e a identificação de uma pessoa que aparecia em um vídeo divulgando teorias conspiratórias sobre fraudes no 1º turno das eleições presidenciais.

A teoria, sem provas, alegava que um “algoritmo predefinido” nas urnas beneficiava o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em detrimento de Bolsonaro.

Três dias depois, Tagliaferro enviou um relatório de 66 páginas com capturas de tela e informações das publicações. Durante o período analisado, não foram identificadas publicações de Marco Feliciano, Otoni de Paula, Filipe Barros e Eduardo Bolsonaro.


CASO MORAES X TSE

Moraes afirmou nesta quarta-feira (14), ao comentar pela 1ª vez sobre as mensagens que mostram que teria usado o TSE de forma extraoficial para embasar inquéritos de sua relatoria na Suprema Corte, que seria “esquizofrênico” se “auto-oficiar”.

O ministro também declarou que nenhuma reportagem o “preocupa” e tudo o que é citado no texto jornalístico está documentado nos autos dos processos.



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