Moraes condena ‘Banalização’ e classifica explosão como ‘ato terrorista’

Para o ministro, essa mesma “mediocridade” também contribui para normalizar o “contínuo” ataque às instituições.
Por: Brado Jornal 14.nov.2024 às 16h51
Moraes condena ‘Banalização’ e classifica explosão como ‘ato terrorista’
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, voltou a se pronunciar nesta quinta-feira (14 de novembro de 2024) sobre as explosões ocorridas na Praça dos Três Poderes, que resultaram na morte de um homem na noite anterior. Para ele, o incidente deve ser encarado como um ato terrorista. Moraes expressou sua insatisfação com a “mediocridade” de pessoas que minimizam o episódio por razões ideológicas.

“É lamentável a mediocridade de diversas pessoas que insistem em banalizar um gravíssimo ato terrorista. Em qualquer lugar do mundo, alguém que utiliza artefatos explosivos para ferir pessoas é considerado um terrorista. Portanto, lamento a postura daqueles que, por motivos ideológicos, tentam reduzir a gravidade desse ato absurdo, tratando-o como um simples suicídio”, declarou no início da sessão plenária do STF.

Para o ministro, essa mesma “mediocridade” também contribui para normalizar o “contínuo” ataque às instituições. “Essas pessoas não são apenas negacionistas na área da saúde; são negacionistas do próprio Estado de Direito”, declarou.

As explosões ocorreram em dois locais distintos: uma em frente à Estátua da Justiça, que resultou na morte de uma pessoa, e outra em um carro modelo Shuma, de cor prata, estacionado próximo ao Anexo 4 da Câmara dos Deputados. Após os incidentes, a área foi interditada para inspeções por suspeitas de outros explosivos.

A ação do homem-bomba na Praça dos Três Poderes foi orquestrada por Francisco Wanderley Luiz, chaveiro e proprietário do veículo, que morreu ao detonar o explosivo próximo à Estátua da Justiça, em frente ao Supremo. Ele teria tentado entrar no edifício da Corte antes da explosão. A praça foi interditada e está sendo inspecionada, com pelo menos outros seis explosivos localizados na área.

Segundo Moraes, o incidente não pode ser tratado como suicídio, pois o suspeito foi impedido de entrar no prédio da Corte pela polícia judicial. “Quando ele seria detido, foi aí que ele decidiu se explodir”, explicou.

A Polícia Federal (PF) iniciou a investigação poucas horas após o ocorrido e enviou os autos ao STF. O inquérito foi atribuído ao ministro Alexandre de Moraes por prevenção, pois ele já conduz outras investigações possivelmente relacionadas. Moraes é relator, entre outros, do inquérito das milícias digitais e do caso de 8 de janeiro.

Em palestra na manhã desta quinta-feira (14 de novembro), Moraes afirmou que o atentado não foi “um evento isolado”, mas sim parte de um contexto maior que, segundo ele, começou com o chamado “gabinete do ódio” – núcleos próximos ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) investigados por promover desinformação.

“O que aconteceu ontem não é um fato isolado; faz parte de um contexto que remonta ao início dos ataques promovidos pelo ‘gabinete do ódio’, que incitou discursos de ódio contra as instituições, o STF, e a autonomia do Judiciário – não apenas contra a instituição, mas também contra os ministros e suas famílias”, declarou.



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