O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deverá ceder ministérios do seu governo para acomodar partidos do Centrão, como PSD, PP, MDB, Podemos e União Brasil, na segunda metade de seu mandato. O Planalto considera que o PT, que atualmente ocupa 13 dos 38 ministérios, é a única sigla com espaço para redução na Esplanada, visando a reconciliação com aliados insatisfeitos e a melhoria da governabilidade.
Embora o presidente ainda não tenha decidido quais ministros petistas deixarão seus cargos, as negociações intensificaram-se após a proposta do Ministério da Fazenda de um pacote de cortes de gastos, enviado ao Congresso em novembro. A pressão sobre a base aliada, que enfrenta um prazo apertado para votar propostas impopulares, gerou tensões, com partidos cobrando mais emendas ao Orçamento e maior espaço nas decisões governamentais.
Reclamações sobre a Representação do Governo
Partidos como PSD e União Brasil têm exigido mais influência nos ministérios, em troca de apoio às medidas fiscais. A insatisfação foi evidente no início da tramitação do pacote de austeridade, quando ambas as siglas hesitaram em apoiar a urgência da votação. O PSD, por exemplo, só alinhou sua posição após uma reunião com ministros do governo em dezembro.
Foco em 2026 e Movimentos Estratégicos
O Planalto também busca garantir a neutralidade ou atrair partidos centristas para apoiar uma eventual candidatura de Lula à reeleição em 2026. Nesse contexto, o União Brasil, com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, e o Republicanos, com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, entram no radar do governo, apesar de ambos terem indicações presidenciais em 2026.
Anúncio das Trocas Só Após o Carnaval
As mudanças ministeriais devem ocorrer apenas após o Carnaval de 2024, com Lula aguardando a definição da nova composição do Congresso. O presidente pretende avaliar o cenário político, incluindo a eleição de Hugo Motta (Republicanos-PB) para a Câmara e Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) para o Senado, antes de tomar decisões. Além disso, a disputa pelo comando das comissões temáticas também pode influenciar a escolha dos novos ministros.
Lula também planeja uma reunião ministerial ainda em dezembro, para fazer um balanço do ano e passar recados a sua equipe. Esse encontro pode marcar a despedida de parte dos atuais ministros, enquanto o presidente se recupera de uma cirurgia no crânio e se prepara para retomar suas funções em Brasília.
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