Hugo Motta acena para oposição e impulsiona debate sobre inelegibilidade e anistia

Presidente da Câmara sinaliza apoio à revisão da Lei da Ficha Limpa e mantém aberto debate sobre anistia dos presos de 8 de janeiro
Por: Brado Jornal 12.fev.2025 às 08h23
Hugo Motta acena para oposição e impulsiona debate sobre inelegibilidade e anistia
Lula Marques/Agência Brasil

A primeira semana de Hugo Motta (Republicanos-PB) à frente da Câmara dos Deputados foi marcada por gestos à oposição e sinais de desgaste com a base governista. O novo presidente da Casa deu declarações que animaram parlamentares da direita e intensificaram o debate sobre a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro e a anistia dos condenados pelos atos de 8 de janeiro.

Motta defendeu a revisão da Lei da Ficha Limpa, alegando que o prazo de inelegibilidade de oito anos é “muito extenso” e poderia ser reduzido. “Oito anos na política brasileira é uma eternidade”, afirmou em entrevista à rádio Arapuan FM. A fala fortaleceu articulações para aprovação do projeto do deputado Bibo Nunes (PL-RS), que propõe reduzir o prazo para dois anos. Caso a mudança seja aprovada até outubro, Bolsonaro poderia disputar as eleições de 2026.

Dentro do PL, entretanto, há divergências. Alguns parlamentares defendem uma anistia específica para Bolsonaro, temendo que o enfraquecimento da Lei da Ficha Limpa beneficie políticos condenados por corrupção.

Além da inelegibilidade, Motta também comentou a possível anistia aos condenados pelo 8 de janeiro. Segundo ele, os atos representaram uma agressão às instituições, mas não caracterizaram uma tentativa de golpe. “Golpe tem que ter um líder, uma pessoa estimulando, tem que ter apoio de outras instituições interessadas, e não teve isso”, disse. O presidente da Câmara evitou se comprometer com a votação da anistia no curto prazo, afirmando que a Casa ainda está “digerindo” o tema.

A declaração impulsionou o PL a retomar sua estratégia para pressionar pela aprovação da anistia. Nesta terça-feira (11), familiares de presos foram ao Congresso relatar suas histórias. O movimento contou com apoio da oposição, que cobra de Motta a votação do projeto diretamente no plenário.

Bolsonaro também entrou na articulação e busca apoio de outros partidos para acelerar o processo. O ex-presidente elogiou Motta, chamando-o de “cabra da peste” e destacando a importância da pauta humanitária.

Enquanto isso, a base governista observa com cautela as movimentações de Motta, temendo que sua postura favoreça os interesses da oposição e desgaste a relação com o Palácio do Planalto. Nos próximos meses, o desenrolar desses debates pode redefinir o cenário político para 2026.



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