Defesa de Bolsonaro solicita anulação da delação de Mauro Cid ao STF

Advogados argumentam que a colaboração é viciada e repleta de contradições; Bolsonaro nega participação em plano de golpe
Por: Brado Jornal 07.mar.2025 às 10h19
Defesa de Bolsonaro solicita anulação da delação de Mauro Cid ao STF
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) na quinta-feira (6) a anulação da delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, em resposta à denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) contra o ex-presidente. O pedido foi feito após a PGR acusar Bolsonaro de participação em uma organização criminosa e tentativa de golpe de Estado, entre outros crimes.

No documento, a defesa de Bolsonaro, liderada pelo advogado Celso Vilardi, caracterizou a colaboração de Cid como “viciada pela absoluta falta de voluntariedade” e repleta de “mentiras, omissões e contradições”. Os advogados também apontaram que, apesar das contradições nas declarações de Cid, a colaboração não foi rescindida.

A defesa citou áudios vazados em que Cid afirma ter sido coagido a delatar Bolsonaro, reconhecendo posteriormente que suas falas foram um “desabafo”. Segundo os advogados, a falta de coerência nas falas de Cid prejudica a credibilidade da delação e levanta questões sobre a veracidade de suas declarações. Eles também destacaram contradições no relato de Cid sobre quem seriam os interlocutores das mensagens.

Além disso, a defesa argumentou que o STF não deveria ter dado a Cid uma oportunidade de corrigir suas declarações, uma vez que a lei e o contrato de colaboração não preveem essa possibilidade. Para os advogados, a participação do ministro Alexandre de Moraes nas audiências prejudica a imparcialidade do processo, uma vez que ele também é o relator do caso.

Em sua defesa, Bolsonaro negou envolvimento em qualquer articulação para a tentativa de golpe de Estado e solicitou que o julgamento fosse realizado pelo plenário do STF, em vez de pela 1ª Turma. O ex-presidente também apontou a falta de acesso completo às provas e a desorganização do material apresentado pela acusação.

O ex-ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, e o ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem, também foram denunciados pelos mesmos crimes e apresentaram suas defesas. Eles negam as acusações e pedem o arquivamento do processo ou a transferência do julgamento para a 1ª Instância.

O general Braga Netto e o ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, têm até sexta-feira (7) para apresentar suas defesas.



📲 Baixe agora o aplicativo oficial da BRADO
e receba os principais destaques do dia em primeira mão
O que estão dizendo

Deixe sua opinião!

Assine agora e comente nesta matéria com benefícos exclusivos.

Sem comentários

Seja o primeiro a comentar nesta matéria!

Carregar mais
Carregando...

Carregando...

Veja Também
Dino afirma que Supremo resiste a pressões externas e segue aplicando a lei
Ministro do STF rejeita acusações de ativismo judicial em meio a críticas internacionais
Senador Ciro Nogueira pede auditoria do TCU para apurar prejuízos nos Correios sob gestão atual
Governo Lula ignora perdas bilionárias na estatal, afirma parlamentar
Governador Jerônimo enfrenta cautela de prefeitos para apoio à reeleição em 2026
Gestores municipais adotam postura reservada e condicionam alianças a promessas de investimentos
Advocacia de Bolsonaro questiona votos no STF, mas afirma que acatará o veredicto final
Julgamento avança com placar desfavorável ao ex-presidente na Primeira Turma
Fux conclui voto em julgamento de Bolsonaro, Cid e Braga Netto após longa sessão
Ministro dedica 14 horas à análise do caso, absolvendo ex-presidente e condenando aliados
Inauguração do Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia em Manaus
Diretor-geral da PF reforça soberania nacional ao lado de Lula e afirma que 'transloucados' não o intimidam
Carregando..