Americanas registra prejuízo de R$ 586 milhões no último trimestre de 2024

Varejista segue em recuperação judicial e busca responsabilizar ex-diretores por rombo bilionário
Por: Brado Jornal 27.mar.2025 às 08h34
Americanas registra prejuízo de R$ 586 milhões no último trimestre de 2024
Bruno Peres/Agência Brasil

A Americanas, que enfrenta um longo processo de recuperação judicial, encerrou o último trimestre de 2024 com um prejuízo líquido de R$ 586 milhões. O resultado foi divulgado na noite de quarta-feira (26) e reverte o lucro de R$ 2,56 bilhões registrado no mesmo período do ano anterior.  

Apesar da queda, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da companhia apresentou melhora, ficando positivo em R$ 180 milhões — uma recuperação expressiva em relação ao quarto trimestre de 2023, quando o indicador foi negativo em R$ 1,18 bilhão.  

A receita líquida consolidada da empresa atingiu R$ 4,3 bilhões no período, uma retração de 4,5% em relação ao ano anterior. No acumulado de 2024, a receita totalizou R$ 14,3 bilhões, com recuo de 2,8% na comparação anual.  


Escândalo financeiro e processos contra ex-diretores 

A crise da Americanas teve início em janeiro de 2023, quando a empresa revelou inconsistências contábeis que, inicialmente, foram estimadas em R$ 20 bilhões. O escândalo, considerado o maior da história corporativa do Brasil, resultou na derrocada da varejista e colocou em xeque sua viabilidade financeira.  

Dois anos depois, a companhia ainda luta para se reerguer. No último dia 11 de março, a Americanas iniciou um procedimento arbitral contra quatro ex-diretores — Miguel Gutierrez, Anna Saicali, José Thimoteo Barros e Marcio Cruz —, acusando-os de serem responsáveis pela fraude contábil de R$ 25,2 bilhões. A ação busca ressarcimento por prejuízos materiais e imateriais.  

Em nota, a Americanas afirmou que "é a maior interessada no esclarecimento dos fatos e na responsabilização civil e criminal de todos os envolvidos". A decisão de processar os ex-executivos foi aprovada em Assembleia Geral Extraordinária (AGE) realizada em dezembro de 2024.  

O escândalo e suas consequências seguem sendo um dos capítulos mais marcantes da história empresarial do país, com impactos que ainda desafiam a recuperação da varejista.



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