A possível saída do deputado federal Mendonça Filho (União Brasil-PE) do partido vai muito além da crise interna que sacode a sigla em nível nacional. Embora o embate entre os grupos de Antônio Rueda e ACM Neto — que pressionam pela saída do União Brasil do governo Lula — e o grupo de Davi Alcolumbre, defensor da manutenção da aliança, tenha gerado ruído, o verdadeiro estopim pode estar mais próximo de casa.
Nos bastidores, a principal motivação de Mendonça seria a federação firmada entre União Brasil e Progressistas, especialmente no cenário político de Pernambuco. A animosidade pessoal com o deputado Dudu da Fonte (PP-PE), presidente estadual do PP, tem escalado, e interlocutores apontam esse conflito como o fator decisivo para uma eventual desfiliação.
“Se a saída do Mendonça se concretizar, será por conta da federação com o Progressista”, afirmou um parlamentar baiano próximo à cúpula do União Brasil. Segundo ele, a resistência do ex-ministro da Educação se deve diretamente ao envolvimento de Dudu da Fonte, com quem mantém uma relação marcada por disputas políticas regionais.
A situação se agrava com o planejamento estratégico do PP em Pernambuco. Dudu da Fonte já articula, com o apoio da federação, uma candidatura ao Senado em 2026, o que esbarra nos interesses de Mendonça Filho — que também almeja protagonismo na próxima eleição majoritária.
O comando da federação no estado, que ficará sob tutela do Progressistas, tende a reforçar a influência de Dudu da Fonte e, consequentemente, isolar Mendonça dentro da estrutura da aliança.
Diante desse cenário, a permanência de Mendonça no União Brasil se torna cada vez mais incerta. O desenlace desse embate local pode ter reflexos nacionais, em um momento em que o partido tenta redefinir sua posição no jogo político de Brasília e ajustar alianças para 2026.
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