A Força Aérea Brasileira (FAB) publicou, nesta terça-feira (22), uma licitação de R$ 1,1 milhão para a compra de alimentos refinados como queijos nobres, doces diversos, cafés, azeites e proteínas de alto custo. A justificativa: atender a demandas do gabinete do comandante da Aeronáutica em refeições diárias, eventos solenes e encontros institucionais — entre eles, almoços com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e oficiais das Forças Armadas.
O processo foi detalhado no Diário Oficial da União e prevê a aquisição de 305 itens diferentes destinados ao gabinete do tenente-brigadeiro do ar Marcelo Kanitz Damasceno. A lista de compras impressiona pelo requinte e inclui 300 embalagens de queijo coalho (R$ 11,4 mil), R$ 15 mil em gorgonzola, R$ 3,9 mil em roquefort, além de gruyère, brie, emmental e provolone. Os azeites também têm destaque: serão 600 garrafas de azeite de oliva reserva ao custo de R$ 29,3 mil, além de azeite comum e versões aromatizadas.
Segundo a FAB, os alimentos são destinados a eventos oficiais “previstos no calendário anual da Força Aérea”, incluindo almoços com o presidente da República e altos oficiais das Forças Armadas, além de reuniões internas do comando.
O cardápio de luxo se estende também aos doces e sobremesas. Há sorvetes tradicionais e gelatos de sabores como cappuccino, fragola (morango italiano) e limone, além de versões inspiradas em marcas famosas como Sonho de Valsa e Laka. Balas mastigáveis, barras recheadas e bombons com wafer e chocolate também estão na lista.
Outro ponto que chama atenção é a inclusão de R$ 30 mil em lombo de bacalhau do porto, além de R$ 31 mil em filé de salmão e R$ 26,9 mil em presunto tipo parma, revelando uma predileção por produtos premium de origem importada.
A lista contempla ainda itens como arroz arbóreo, arroz preto selvagem, azeitonas recheadas e mix de castanhas “super extra”. Há também mais de R$ 12 mil em oleaginosas, incluindo amêndoas, amendoins e castanhas do Pará.
Em meio a um cenário de contenção de gastos e cobranças por maior transparência na gestão pública, os valores e a natureza dos produtos licitados pela FAB despertam questionamentos. A Força, por sua vez, sustenta que os insumos são necessários para manter o protocolo e o padrão de recepção em cerimônias oficiais.
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