Após a saída de Eduardo Bolsonaro para os Estados Unidos, sob o argumento de “exílio”, a jornalista Vanessa Moreira, junto com sua equipe jurídica, avançou com nova tentativa de notificar o deputado federal, a cerca do processo movido por crimes de injúria e difamação.
O ministro Cristiano Zanin, relator da queixa-crime, deferiu ontem (28) a autuação de Eduardo Bolsonaro por edital. Agora, aguarda-se a manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR). Segundo a defesa de Vanessa, já houve tentativas de notificar o parlamentar em sua residência e gabinete, mas, com sua fuga do país — embora ele continue atuando publicamente pela redes sociais com sua influência política no Brasil — a notificação se tornou inviável.
“O que a família Bolsonaro faz com ex-aliados, pessoas que acreditaram neles como eu, é inadmissível. Avancei com o processo porque ataques à honra não podem ficar impunes”, declarou Vanessa.
Ela também afirmou não guardar ressentimentos pessoais, mas destacou que está apenas defendendo sua dignidade. “Espero que Bolsonaro e sua família se recuperem em saúde física e mental. Não tenho questões pessoais contra ninguém, apenas estou defendendo a minha honra. O deputado promoveu um ‘exposed’ criminoso, que mobilizou milhares de bolsonaristas a me acusarem de corrupção e outras coisas ainda piores, tudo por causa da idolatria que têm pela família”, reiterou.
Entenda o caso:
Críticas a Bolsonaro culminam em ataque público de Eduardo Bolsonaro contra apresentadora conservadora
Em outubro de 2024, o ambiente político conservador foi sacudido por um episódio de tensão interna. Após críticas públicas ao ex-presidente Jair Bolsonaro e à aproximação de membros de sua família com setores da esquerda — especialmente durante o processo eleitoral para a Prefeitura de São Paulo —, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) divulgou informações em suas redes sociais sugerindo supostas irregularidades, envolvendo empresas ligadas a apresentadora conservadora.
A divulgação do parlamentemar em tom insinuativo, com informações públicas e lícitas, foi rapidamente interpretada por analistas e seguidores como uma tentativa de descredibilizar a apresentadora, que havia rompido com parte da base bolsonarista ao se posicionar de forma crítica quanto às alianças feitas pela família Bolsonaro.
A diferença de alcance entre os perfis de ambos nas redes sociais provocou uma onda de ataques direcionados à apresentadora por parte de apoiadores do ex-presidente. Nas publicações, muitos repetiam acusações sem apresentar provas, contribuindo para o linchamento virtual.
Contudo, documentos públicos mostram que as empresas em questão, há mais de 15 anos no mercado e principais fontes de renda da comunicadora, não possuem histórico de atuação com políticos até a eleição de 2022. Os serviços prestados naquele pleito foram devidamente contratados, executados de forma lícita e aprovados pela Justiça Eleitoral, conforme atestado por registros oficiais do Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
A apresentadora, que se mantém como uma voz ativa no espectro da direita, reforçou seu compromisso com a legalidade e a coerência ideológica, mesmo diante de pressões e ataques. “Críticas políticas não podem justificar a destruição de reputações e empreendimentos construídos com trabalho sério e transparente”, declarou em nota publicada após o episódio.
O caso reacendeu o debate sobre os limites das disputas internas no campo conservador e o uso de estruturas de influência digital para deslegitimar antigos aliados que adotam posturas independentes.
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