Áudios periciados pela Polícia Federal (PF), extraídos do celular do agente Wladimir Soares, mostram sua frustração com a conduta do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em um suposto plano de golpe de Estado para mantê-lo no poder após a derrota nas eleições de 2022. Denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), Soares integra processo relatado no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira (14). Em uma das gravações, ele critica Bolsonaro por não ter dado o aval necessário para a ação. “Faltou pulso para ele dizer: não tenho general, tenho coronel. Vamos com os coronéis, era o que a tropa queria, 100%. Só os generais barraram, então f**** geral”, desabafou.
Soares revelou que seu grupo estava pronto para prender o ministro do STF Alexandre de Moraes, aguardando apenas uma “canetada” de Bolsonaro. Contudo, segundo ele, o ex-presidente recuou na véspera da operação. “Os generais traíram, foram lá, convenceram ele, disseram que não apoiavam mais”, afirmou o agente, acusando os militares de terem se “vendido” e abandonado o plano. Para Soares, Bolsonaro deveria ter prosseguido com o apoio de outros setores, mesmo sem os generais.
Ele também mencionou que o Ministério das Relações Exteriores (MRE) não se preparou para a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, pois, segundo ele, “não ia ter posse, nós não íamos deixar”. As declarações, obtidas após a apreensão do celular de Soares durante uma operação, reforçam as acusações de tentativa de golpe investigadas pelo STF.
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