O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) mantém o discurso otimista de que estará na disputa presidencial de 2026, apesar de sua inelegibilidade até 2030 e das investigações sobre uma tentativa de golpe após as eleições de 2022. Em conversas privadas e públicas, ele e seus aliados insistem na possibilidade de uma reviravolta que o coloque como candidato, ignorando a gravidade de sua situação jurídica. No entanto, pessoas próximas ao ex-mandatário já se preparam para um cenário adverso, no qual ele pode estar preso e incomunicável durante o pleito.
Investigações em curso no Supremo Tribunal Federal (STF) apontam para a possibilidade de Bolsonaro ser condenado ainda em setembro de 2025, com penas que podem ultrapassar 40 anos de prisão. Um integrante ligado à cúpula do PL alertou o ex-presidente sobre a postura rígida do STF, sugerindo que ele modere os ataques à Corte e busque algum diálogo, mas Bolsonaro classificou o processo como “absurdo” e rejeitou as recomendações.
Diante desse contexto, aliados traçam estratégias alternativas, inspiradas no caso de Lula durante a Lava Jato. A ideia é manter a candidatura de Bolsonaro até o último momento, substituindo-o por um nome de confiança próximo ao pleito. Entre os cotados estão a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que ganha força, o senador Flávio Bolsonaro, que prefere permanecer no Senado, e o deputado Eduardo Bolsonaro, apesar de sua alta rejeição.
O entorno do ex-presidente avalia que, caso esteja preso, Bolsonaro poderá perder relevância se indicar um sucessor com antecedência. Por isso, a estratégia é manter seu nome em evidência. Em um cenário de prisão, seja em regime militar ou domiciliar, ele ficaria incomunicável, sem acesso a redes sociais e restrito a contatos com advogados e familiares, que se tornariam seus porta-vozes. Assim, o grupo busca garantir que Bolsonaro continue influente, mesmo diante de um futuro incerto na política brasileira.
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