Em um esforço para reverter a queda na popularidade, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) planeja intensificar a presença do petista em eventos públicos, entrevistas coletivas e viagens pelo Brasil. A estratégia, liderada pela Secretaria de Comunicação Social (Secom) sob o comando de Sidônio Palmeira, busca ampliar a visibilidade das ações do governo e reconquistar o apoio da população, que enfrenta desgastes devido a crises como o escândalo do INSS e a alta nos preços dos alimentos.
Plano de comunicação enfrenta desafios
A ideia de aumentar a exposição de Lula já havia sido traçada no início de 2023, quando Sidônio assumiu a Secom, mas não foi plenamente executada. Na época, o governo enfrentava críticas por fake news sobre o Pix e a inflação de alimentos. Sidônio prometeu resultados em 90 dias, mas, cinco meses depois, a aprovação do governo atingiu o pior nível do mandato, com 43% de avaliação negativa e apenas 26% de positiva, segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada na quarta-feira (4).
Uma pesquisa interna do Palácio do Planalto revelou que a maioria dos brasileiros deseja ouvir mais o presidente, indicando que a comunicação do governo não tem sido eficaz. Para mudar esse cenário, auxiliares de Lula planejam aumentar a frequência de entrevistas coletivas, como a realizada na terça-feira (3), quando o presidente seguiu um roteiro orientado por Sidônio. A equipe também aposta em vincular a imagem de Lula a programas sociais de grande apelo, como a ampliação da isenção de pagamento de contas de luz para até 60 milhões de brasileiros.
Estratégias para reconquistar apoio
Além de eventos e entrevistas, o governo planeja intensificar as viagens de Lula pelo país para combater o que o presidente chama de “indústria de fake news”. Parlamentares e aliados defendem que a presença do petista em diferentes regiões pode fortalecer a conexão com a população. A estratégia inclui divulgar um novo programa social por mês, evitando que anúncios importantes sejam ofuscados. Recentemente, o relançamento de um programa do Ministério da Saúde para reduzir filas no SUS foi adiado para não coincidir com a assinatura da medida provisória da isenção de energia.
Crises e desafios eleitorais
A pesquisa Genial/Quaest também aponta dificuldades para Lula nas simulações para as eleições de 2026, com empates técnicos contra nomes como Tarcísio de Freitas (Republicanos), Ratinho Junior (PSD), Eduardo Leite (PSD) e Michelle Bolsonaro (PL). O escândalo do INSS, onde descontos ilegais foram associados ao governo por 31% dos entrevistados, agravou a situação. Apesar disso, aliados minimizam o impacto, atribuindo a percepção negativa a eleitores fiéis de Jair Bolsonaro (PL) e destacando que o discurso de culpar a gestão anterior não foi bem-sucedido.
Perspectivas econômicas e sociais
Auxiliares de Lula apostam em medidas como a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000 e na recuperação da safra agrícola, que pode reduzir os preços dos alimentos, para melhorar a percepção da economia. Um ministro ouvido pela reportagem reconhece que o governo enfrenta dificuldades para traduzir resultados econômicos e sociais em ganhos de popularidade, mas acredita que há tempo para reverter o cenário até 2026. A disputa nas redes sociais, onde a direita mantém vantagem, segue como um dos principais desafios do Executivo.
Com a pressão por resultados, o governo intensifica esforços para reposicionar Lula como protagonista das ações do Planalto, na esperança de recuperar a confiança da população.
Deixe sua opinião!
Assine agora e comente nesta matéria com benefícos exclusivos.
Sem comentários
Seja o primeiro a comentar nesta matéria!
Carregando...