Jaques Wagner exibe relógio de luxo em entrevista e reacende polêmica sobre bens pessoais

Durante uma entrevista à Rádio Salvador FM na sexta-feira (30.mai.2025), o senador Jaques Wagner (PT) atraiu olhares ao usar no pulso um relógio que aparenta ser um modelo de alto valor. O acessório, identificado como semelhante ao Panerai Radiomir 8 Days PAM 00197, possui uma caixa em ouro rosa de 18 quilates e mostrador preto com detalhes dourados. Em lojas especializadas, modelos usados desse tipo são comercializados por cerca de R$ 489 mil, enquanto edições exclusivas da Panerai podem superar a marca de R$ 1 milhão, dependendo de suas especificações.

O uso do relógio de luxo trouxe à tona memórias de um episódio controverso na trajetória do ex-governador da Bahia. Em 26 de fevereiro de 2018, a Operação Cartão Vermelho, conduzida pela Polícia Federal, resultou na apreensão de 15 relógios na residência de Wagner, situada no bairro Corredor da Vitória, em Salvador. A ação investigava suspeitas de superfaturamento nas obras da Arena Fonte Nova, com possíveis desvios de até R$ 450 milhões. A PF apontava que Wagner poderia ter recebido cerca de R$ 82 milhões em propinas e doações irregulares de empreiteiras ligadas ao projeto.

Na época, o senador negou possuir relógios de alto valor, afirmando que os itens apreendidos eram “simples” e incluíam réplicas adquiridas na China. “Eu gosto de relógios, mas não dou importância a marcas. Comprei alguns na China, que são cópias”, declarou Wagner em sua defesa.

A exibição do relógio na entrevista reacende o debate sobre a transparência do patrimônio do senador e levanta questionamentos sobre a compatibilidade de seus bens com sua trajetória pública, em um momento em que a opinião pública segue atenta a questões de integridade na política.