O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes ordenou, no sábado (7.jun.2025), que o Ministério da Justiça inicie o processo de extradição da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), atualmente na Itália. Condenada a 10 anos de prisão por invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Zambelli também teve a perda de seu mandato confirmada, com Moraes solicitando comunicação imediata à Câmara dos Deputados, presidida por Hugo Motta (Republicanos-PB). A decisão inclui ainda a prisão definitiva em regime fechado, a extração do acórdão para execução de multa e a inelegibilidade da deputada por oito anos. Confira a íntegra do documento (PDF – 163 kB).
Condenação e envolvimento com hacker
Zambelli foi julgada culpada pela 1ª Turma do STF por contratar o hacker Walter Delgatti, conhecido pela operação “Vaza Jato”, para invadir o sistema do CNJ. Segundo a Procuradoria Geral da República (PGR), Delgatti emitiu um mandado de prisão falso contra Moraes, simulando uma ordem judicial do próprio ministro. Além da pena de prisão, Zambelli e Delgatti foram condenados a pagar R$ 2 milhões por danos materiais e morais coletivos.
Fuga e inclusão na Interpol
Em 3 de junho, Zambelli anunciou que deixou o Brasil, inicialmente rumo aos Estados Unidos. No dia seguinte, Moraes decretou sua prisão preventiva e determinou a suspensão de suas redes sociais. Na quinta-feira (5.jun.2025), a pedido do ministro, o nome da deputada foi incluído na lista vermelha da Interpol, classificando-a como foragida internacional, o que permite sua prisão no exterior. Horas após divulgar sua saída do país, Zambelli solicitou uma licença de 127 dias do cargo, e seu advogado, Daniel Bialski, informou que abandonaria sua defesa.
Próximos passos e silêncio da deputada
A decisão de Moraes reforça as medidas contra a aliada do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que não se manifestou publicamente sobre as determinações mais recentes. O Poder360 buscou contato com a assessoria de Zambelli para comentários, mas não recebeu resposta até o momento. O espaço permanece aberto para eventuais posicionamentos.
A situação de Zambelli intensifica o debate sobre crimes cibernéticos e a responsabilização de figuras públicas, enquanto o STF mantém a pressão para o cumprimento da pena e a regularização do status da deputada no exterior.
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