O Supremo Tribunal Federal (STF), sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes, concluiu em apenas dois dias os interrogatórios dos réus considerados parte do “núcleo principal” da ação penal que investiga uma tentativa de golpe de Estado. Inicialmente, estavam previstos cinco dias para ouvir o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete acusados, mas a celeridade na condução do processo surpreendeu, encerrando as oitivas na terça-feira (10.jun.2025).
Interrogatórios rápidos e sem restrições
Moraes, que tem liderado o inquérito com rigor, garantiu que todos os réus tivessem amplo direito de defesa, sem limite de tempo para suas falas ou perguntas. Ministros da 1ª Turma do STF foram convidados a participar e fazer questionamentos, mas apenas Luiz Fux compareceu. O general Augusto Heleno, um dos interrogados, optou por permanecer em silêncio, respondendo apenas às questões de sua defesa. Já o general Braga Netto, preso preventivamente no Rio de Janeiro desde dezembro, participou das audiências por videoconferência.
O primeiro a depor foi o tenente-coronel Mauro Cid, que firmou acordo de colaboração premiada com o STF. Os demais réus foram ouvidos em sequência, seguindo ordem alfabética, para garantir que todos pudessem se manifestar após a delação de Cid. Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), esse grupo seria o responsável por coordenar ações de uma suposta organização criminosa que buscava impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, eleito em 2022.
Próximas etapas do processo
Com o fim dos interrogatórios, Moraes determinou que as partes apresentem, em até cinco dias, pedidos de diligências adicionais, como novas provas ou esclarecimentos. Após essa fase, acusação e defesa poderão submeter suas alegações finais, e o ministro elaborará o relatório a ser levado para julgamento na 1ª Turma do STF. Advogados consultados pelo Poder360 estimam que a sentença final seja definida apenas no segundo semestre de 2025, após o recesso judicial de julho.
Outros núcleos e tom descontraído
Além do “núcleo crucial”, outros três grupos de réus ainda passarão por etapas de oitivas de testemunhas e interrogatórios, sem datas definidas. Durante a sessão de terça-feira, Moraes fez uma brincadeira ao comentar que todos poderiam “aproveitar um belo brunch” na quarta-feira (11.jun.2025), referindo-se a um pedido da defesa de Augusto Heleno para ajustar o horário da audiência, garantindo tempo para descanso.
A condução acelerada do processo reforça a determinação de Moraes em avançar na investigação, que apura graves acusações de tentativa de subversão da ordem democrática. O desfecho do caso é aguardado com grande expectativa, tanto pela relevância dos envolvidos quanto pelo impacto político no cenário nacional.
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