Em um momento descontraído durante seu depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) na terça-feira (10.jun.2025), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), inelegível até 2030, surpreendeu ao convidar o ministro Alexandre de Moraes para ser seu vice em uma eventual chapa presidencial para 2026. A brincadeira ocorreu no contexto do inquérito que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado em 2022, com o objetivo de impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Troca de brincadeiras no interrogatório
Durante o depoimento, Bolsonaro iniciou o diálogo em tom leve, oferecendo mostrar ao ministro registros de sua recepção pelo público. “Se quiser, posso te mostrar as fotos de como o povo me trata nas ruas”, disse o ex-presidente. Moraes respondeu com humor: “Eu declino”. Na sequência, Bolsonaro pediu permissão para uma brincadeira, ao que o ministro retrucou, em tom descontraído: “Eu perguntaria aos seus advogados”. Foi então que veio o convite inusitado: “Gostaria de convidá-lo para ser meu vice em 26?”, perguntou Bolsonaro. Moraes riu e recusou novamente: “Eu declino novamente”.
Contexto do inquérito
O depoimento de Bolsonaro integra a fase de interrogatórios da ação penal que investiga a suposta articulação golpista liderada pelo ex-presidente, conforme denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR). Os interrogatórios, que seguem até sexta-feira (13.jun), começaram com o ex-tenente-coronel Mauro Cid, que firmou acordo de colaboração com o STF. Os demais réus estão sendo ouvidos em ordem alfabética, garantindo o direito de defesa com base nas declarações do delator.
Procedimentos e próximos passos
Todos os réus do núcleo investigado devem comparecer aos interrogatórios, embora tenham o direito de permanecer em silêncio. As perguntas podem ser feitas pelo relator, ministro Alexandre de Moraes, pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, pelos advogados de defesa e, eventualmente, por outros ministros da 1ª Turma do STF. O general Braga Netto, único réu preso preventivamente no Rio de Janeiro desde dezembro, participa por videoconferência.
A etapa atual, de instrução criminal, envolve a produção de provas, incluindo depoimentos de testemunhas e possíveis análises documentais ou periciais autorizadas por Moraes. Após os interrogatórios, as partes apresentarão alegações finais, e o ministro elaborará o relatório para o julgamento. Eventuais diligências ainda podem ser realizadas para esclarecer fatos levantados durante o processo.
O episódio da brincadeira entre Bolsonaro e Moraes trouxe um momento de leveza a um processo marcado por sérias acusações, mas não altera o curso das investigações, que seguem sob a relatoria de Moraes no STF.
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