O recente contingenciamento de 31 bilhões de reais no Orçamento federal, anunciado no final de maio, colocou as Forças Armadas em uma situação crítica, com a Defesa sofrendo um corte de 2,6 bilhões de reais, o segundo maior entre os ministérios. Militares alertam que a falta de recursos pode levar a uma paralisação operacional, comprometendo a capacidade de resposta a crises, como as enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul em 2024.
Impactos operacionais
Segundo o Ministério da Defesa, o corte afeta diretamente a manutenção de quartéis, a compra de combustível para aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) e a aquisição de munições estratégicas. A pasta informou que “a redução compromete a prontidão das tropas, a modernização de equipamentos e o cumprimento de contratos, podendo gerar multas e custos adicionais”. Relatos apontam dificuldades até para pagar contas básicas, como água e luz, levando as forças a um estado que os militares descrevem como “hibernação” ou “vegetativo”.
Histórico de dificuldades
A crise orçamentária não é novidade. Durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, cortes drásticos levaram à dispensa de recrutas, enquanto na gestão de Jair Bolsonaro, a FAB enfrentou riscos de paralisar suas aeronaves por falta de combustível. No governo Lula, a situação é agravada por tensões políticas, especialmente após investigações sobre uma suposta tentativa de golpe em 2022, que geram desconfiança entre militares e o Planalto.
Orçamento e prioridades
Com um orçamento inicial de 133 bilhões de reais em 2025, o Ministério da Defesa é o quinto maior da Esplanada, mas mais de 80% dos recursos são consumidos por salários e pensões de militares da ativa e da reserva. Sobram poucos recursos para investimentos, que atingem o menor patamar em dez anos. Apesar disso, o Exército busca manter planos ambiciosos, como a compra de drones, mísseis e 12 helicópteros Black Hawk, cada um ao custo de 150 milhões de reais.
Reforma e perspectivas
Representantes das Forças Armadas têm solicitado à equipe econômica uma revisão no modelo de aposentadoria militar para aliviar as contas públicas, mas a proposta enfrenta resistência. A falta de diálogo com o governo e os cortes sucessivos intensificam o temor de que as forças não consigam atuar de forma eficaz em emergências, colocando em risco a segurança nacional.
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