A Polícia Federal (PF) concluiu, em 12 de junho, o relatório sobre a chamada “Abin paralela” e indiciou 36 pessoas, incluindo o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) e Luiz Fernando Corrêa, atual diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no governo Lula. Jair Bolsonaro (PL), apesar de citado por indícios de crimes, não foi indiciado, pois já responde por organização criminosa em outro inquérito.
A investigação, iniciada em 2023 sob Lula, apura o uso indevido da Abin durante o governo Bolsonaro, comandada por Ramagem, para monitorar ilegalmente políticos, jornalistas e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), como Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Luiz Fux e Dias Toffoli. Entre os jornalistas espionados estão Mônica Bergamo (Folha), Vera Magalhães (O Globo), Luiza Alves Bandeira (DFRLab) e Pedro Cesar Batista. A PF aponta que a estrutura paralela também protegia os filhos de Bolsonaro em processos judiciais, disseminava desinformação e atacava o sistema eleitoral.
Suspeitas recaem sobre o uso do software FirstMile para espionagem. A PF também acusa Corrêa e o ex-diretor-adjunto Alessandro Moretti de obstruírem a apuração, com ações como a formatação de computadores da gestão anterior. Carlos Bolsonaro, identificado como parte do núcleo político da “Abin paralela”, ironizou no X, sugerindo perseguição eleitoral: “Surpresa? PF do Lula contra mim, só coincidência para 2026!”.
A Abin nega irregularidades, alegando colaboração com a investigação, enquanto nos bastidores acusa a PF de distorções para desgastar sua atual gestão. As provas agora seguem para a Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá sobre denúncias, arquivamento ou novas apurações. A defesa de Bolsonaro diz não ter acesso aos autos, e os demais indiciados não se manifestaram.
Crítica: A fala de Carlos no X reforça a narrativa de vitimização, mas ignora a gravidade das acusações. A ausência de Bolsonaro na lista de indiciados, apesar dos indícios, levanta questionamentos sobre a coerência da PF, enquanto a suposta obstrução por Corrêa sugere fragilidades na Abin sob Lula. O caso expõe um uso político da inteligência que, independente de governo, compromete a democracia.
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