A recente pesquisa Genial/Quaest, divulgada em fevereiro de 2025, revelou um cenário preocupante para o governador Jerônimo Rodrigues (PT). Com dados quantitativos e qualitativos apontando alta rejeição, a gestão foi classificada como “caótica, medíocre e péssima” por eleitores consultados, que consideraram Jerônimo “despreparado e sem conhecimento”. A insatisfação, já captada em levantamentos anteriores, parece se intensificar, agravando a crise de imagem do petista.
Rejeição de Lula impacta base eleitoral
A situação é complicada pela queda na popularidade de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), principal cabo eleitoral de Jerônimo em 2022. Pesquisas internas do PT mostram que Lula perdeu influência no interior baiano, especialmente em cidades menores, onde sua rejeição disparou. Um prefeito aliado, em município de 20 mil habitantes, constatou em pesquisa local que Jerônimo perdeu quase 30 pontos percentuais de intenção de voto desde a eleição, mesmo em uma cidade onde venceu com folga.
Sem obras e com memes
Após quase 20 anos de gestões petistas, a Bahia segue sem entregas significativas sob Jerônimo, virando alvo de piadas nas redes sociais. No podcast “Fala Jero”, de baixa audiência no YouTube, o governador se autointitulou “plantador de árvores”, prometendo plantar 11 unidades com espécies regionais, como as da Mata Atlântica. A fala, porém, não reverbera, enquanto a ausência de obras concretas alimenta críticas. Posts no X reforçam o descontentamento, apontando a estagnação e a violência como marcas do governo.
Racha na base e guerra eleitoral
A base de Jerônimo enfrenta tensões internas. Em Itamari, o governador causou mal-estar ao elogiar o ex-prefeito Kçulo Menezes, rival do prefeito Dr. Tom (Avante), e mandar o aliado “governar o povo”. Nos bastidores, deputados estaduais reclamam de secretários que disputam espaço eleitoral, oferecendo recursos diretamente às bases e dificultando articulações parlamentares. Rumores de um “conselhão” para controlar liberação de verbas a partir do segundo semestre intensificam o clima de desconfiança.
Greve de professores e disputa partidária
A greve dos professores em Salvador, liderada pela APLB, virou palco de embate entre PCdoB e PSOL. Dirigentes ligados ao PCdoB, majoritários na APLB, disputam protagonismo com figuras como Denise Souza, ligada ao PSOL e esposa do deputado Hilton Coelho. A briga política evidencia que a paralisação tem motivações partidárias, relegando os interesses dos professores e a qualidade do ensino, prejudicando alunos e famílias.
Irregularidades e falhas no Bahia Sem Fome
O programa Bahia Sem Fome, carro-chefe de Jerônimo, foi alvo de críticas após auditoria do TCE apontar falhas graves. Em 2024, 90 cidades não receberam ações contra a fome, e 289 tiveram apenas uma ou duas iniciativas. Municípios vulneráveis, como São José da Vitória, foram negligenciados, enquanto Salvador e Lauro de Freitas concentraram recursos. A ausência de restaurantes populares no interior, apesar de incentivos federais, contrasta com as dez unidades gratuitas mantidas pela prefeitura de Salvador.
Contratos sob escrutínio
Uma auditoria do TCE identificou irregularidades em contratos da Conder, de 2022 a 2023, com sobrepreço e superfaturamento de R$ 11,5 milhões. Problemas em licitações e fiscalização podem levar o caso ao Ministério Público, trazendo mais desgaste à gestão petista.
Desafios eleitorais em 2026
A rejeição a Jerônimo e ao PT ameaça aliados, como o deputado Fabrício Pancadinha (Solidariedade), que enfrenta resistência em Itabuna após aderir à base petista. O prefeito Augusto Castro (PSD) lançará sua esposa, Andrea, para a Alba, enquanto a oposição aposta em nomes como Enderson Guinho e Danilo Freitas (União Brasil). A articulação para 2026, segundo Jerônimo, focará em “união e competitividade”, mas o cenário atual sugere dificuldades.
Meme e constrangimento na Alba
Na Assembleia Legislativa, a presidente Ivana Bastos (PSD) protagonizou um momento constrangedor ao rejeitar, ao vivo, orientações de sua assessoria durante sessão transmitida no YouTube. Já o deputado Matheus Ferreira (MDB) virou meme ao criticar a prefeitura de Salvador, alinhando-se a PT e PSOL, sem perceber a contradição com aliados.
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