Congresso anula aumento do IOF e impõe revés a Lula e Haddad

A decisão do Congresso reflete a insatisfação com a Medida Provisória (MP) do Executivo que elevou tributos e com o decreto que apenas parcialmente reverteu o aumento do IOF
Por: Brado Jornal 26.jun.2025 às 07h27 - Atualizado: 26.jun.2025 às 07h28
Congresso anula aumento do IOF e impõe revés a Lula e Haddad
Crédito: Sérgio Lima/Poder360

O Senado aprovou, nesta quarta-feira (25.jun.2025), por votação simbólica, o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que revoga o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), medida proposta pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Horas antes, a Câmara já havia rejeitado a alta do tributo, com 383 votos a favor do PDL, marcando uma vitória do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e uma derrota para o governo, sobretudo para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), presidente do Senado, afirmou ter assumido um “compromisso político e institucional” com Motta para pautar o projeto no mesmo dia, caso a Câmara o aprovasse. Alcolumbre designou o senador Izalci Lucas (PL-DF), da oposição, como relator do PDL no Senado, enquanto Motta escolheu o deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO), aliado de Jair Bolsonaro (PL), para relatar o projeto na Câmara. A escolha de Chrisóstomo foi criticada pelo líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), que a classificou como uma “provocação meio infantil”. “A nomeação do coronel Crisóstomo, um bolsonarista histriônico, como relator, significa que não tem espaço nenhum para qualquer tipo de diálogo”, declarou Farias.

A decisão do Congresso reflete a insatisfação com a Medida Provisória (MP) do Executivo que elevou tributos e com o decreto que apenas parcialmente reverteu o aumento do IOF. A votação simultânea nas duas Casas, algo incomum, evidencia a tensão com o governo, agravada pela demora no empenho de emendas parlamentares. Segundo o Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento (Siop), o governo liberou R$ 831 milhões em emendas nos últimos dias, totalizando R$ 1,73 bilhão em 2025, aproximando-se dos R$ 2 bilhões planejados para junho.

Na terça-feira (24.jun.2025), Motta anunciou em suas redes sociais que o PDL seria votado no dia seguinte, surpreendendo a cúpula do governo. Uma reunião emergencial no Palácio do Planalto, liderada pela ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), tentou articular uma resposta, mas o governo optou por aceitar a derrota. Líderes da base aliada sugeriram uma reunião de líderes para debater o tema, proposta rejeitada por Motta.

O processo teve início em 16 de junho, quando a Câmara aprovou, por 346 votos a 97, a urgência para derrubar o decreto de Haddad. Apesar de acordos prévios em 9 de junho entre a Fazenda e líderes do Congresso, o apoio à medida foi se dissipando. Com a aprovação do PDL, o projeto segue agora para promulgação.




📲 Baixe agora o aplicativo oficial da BRADO
e receba os principais destaques do dia em primeira mão
O que estão dizendo

Deixe sua opinião!

Assine agora e comente nesta matéria com benefícos exclusivos.

Sem comentários

Seja o primeiro a comentar nesta matéria!

Carregar mais
Carregando...

Carregando...

Veja Também
Deputado do Pt avalia que rompimento com federação União Progressista facilita execução de políticas públicas
Impacto da decisão dos partidos na articulação governista e críticas à proposta de perdão aos envolvidos em atos antidemocráticos
Ciro Gomes enfrenta pedido de prisão por ofensas a Janaína Farias
Ministra Gleisi Hoffmann respalda ação contra ataques considerados machistas
Durante desfile de 7 de Setembro em Fortaleza, militar da Marinha sofre atropelamento por moto do Exército
Incidente envolve balizamento da via e atendimento médico imediato
Milei reconhece revés em pleito provincial de Buenos Aires e promete intensificar mudanças econômicas
A votação provincial serve como indicador chave para o cenário das disputas legislativas federais em outubro
Carregando..