Lula responde a Trump sobre Bolsonaro: Brasil não aceita interferências

Em nota publicada em seu perfil no X, Lula enfatizou a independência das instituições brasileiras e a soberania do país
Por: Brado Jornal 07.jul.2025 às 15h20 - Atualizado: 08.jul.2025 às 05h54
Lula responde a Trump sobre Bolsonaro: Brasil não aceita interferências

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o Brasil, como nação soberana, não tolerará qualquer tipo de interferência externa em questões relacionadas à sua democracia. A declaração foi uma resposta direta a um post do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), que criticou o que chamou de “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e pediu que ele fosse deixado em paz.


Em nota publicada em seu perfil no X, Lula enfatizou a independência das instituições brasileiras e a soberania do país. “A democracia brasileira é uma questão que cabe exclusivamente aos brasileiros. Nossas instituições são sólidas, e ninguém está acima da lei, especialmente aqueles que ameaçam a liberdade e o estado de direito”, declarou. A mensagem reforça que o Brasil não aceitará “tutela ou interferência” de qualquer líder estrangeiro.


Trump, em uma publicação na rede Truth Social, defendeu Bolsonaro, seu aliado político durante os anos em que ambos estiveram no poder. Ele acusou o Brasil de perseguir o ex-presidente, afirmando que Bolsonaro “não é culpado de nada, apenas lutou pelo povo”. O presidente norte-americano ainda comparou a situação de Bolsonaro à sua própria experiência, alegando ser vítima de ataques políticos semelhantes nos EUA. “O povo brasileiro não aceitará o que estão fazendo com seu ex-presidente. O único julgamento justo seria nas urnas”, escreveu Trump, encerrando com o apelo: “Leave Bolsonaro alone” (“Deixem Bolsonaro em paz”).


A postagem de Trump ocorre em um momento de tensões diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos. Há discussões no governo norte-americano sobre a possibilidade de aplicar a Lei Magnitsky contra autoridades brasileiras, incluindo o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Essa legislação permite sanções a indivíduos acusados de violar direitos humanos, como bloqueio de ativos e restrições financeiras, o que poderia dificultar operações no sistema financeiro global, inclusive em bancos brasileiros com atuação nos EUA.


Bolsonaro, réu no STF por tentativa de golpe de Estado e inelegível até 2030, foi descrito por Trump como um “líder forte” e “negociador duro” em questões comerciais. O presidente dos EUA também mencionou que conheceu Bolsonaro pessoalmente e destacou que a eleição do ex-presidente brasileiro foi “muito apertada”, sugerindo que ele ainda lidera pesquisas de opinião.


A íntegra da declaração de Trump reforça sua visão de que Bolsonaro é alvo de perseguição política: “O Brasil está fazendo algo terrível ao seu ex-presidente Jair Bolsonaro. Eu acompanho isso de perto, assim como o mundo. Ele não cometeu nenhum crime, apenas lutou pelo povo. Conheci Jair Bolsonaro, um líder forte que amava seu país. Isso é apenas um ataque contra um adversário político, algo que eu conheço bem. O povo brasileiro não vai aceitar isso. O único julgamento justo é nas urnas. Deixem Bolsonaro em paz!”



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