O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) teve o inquérito que apura suas ações nos Estados Unidos contra autoridades brasileiras prorrogado por mais 60 dias. A decisão foi tomada na segunda-feira (7.jul.2025) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que justificou a extensão devido à “necessidade de prosseguimento das investigações, com a realização de diligências ainda pendentes”.
A investigação, iniciada em maio a pedido da Procuradoria Geral da República (PGR), foi motivada por denúncias de que Eduardo tenta convencer o governo norte-americano a impor sanções contra membros do STF, especialmente Moraes. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, apontou que o deputado tem se empenhado em articular medidas punitivas junto ao governo dos EUA. A apuração envolve possíveis crimes como coação no curso do processo, obstrução de infração penal ligada a organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito.
A prorrogação atendeu a uma solicitação da Polícia Federal (PF) feita em 3 de julho. Desde março, Eduardo está afastado da Câmara dos Deputados e reside nos EUA com sua esposa, Heloisa Bolsonaro, e seus dois filhos, sustentado por R$ 2 milhões enviados por seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), conforme depoimento prestado por este à PF em 5 de junho.
Nos EUA, Eduardo tem criticado publicamente o que considera “abusos” de Moraes, em entrevistas e redes sociais, além de buscar apoio no Congresso americano para sanções contra o ministro, baseadas na Lei Magnitsky. Essa legislação permite ao governo dos EUA bloquear recursos financeiros e proibir a entrada de estrangeiros. O senador Marco Rubio, secretário de Estado, mencionou que a administração de Donald Trump avalia aplicar tais restrições contra Moraes.
Na mesma segunda-feira (7.jul), Trump usou sua rede social, Truth Social, para condenar a ação penal no STF contra Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado, chamando-a de “caça às bruxas”. No mesmo dia, Moraes foi novamente intimado em uma ação movida pela Trump Media e pela plataforma Rumble. A Advocacia Geral da União (AGU) informou que está acompanhando o caso, mas o STF não se manifestou oficialmente sobre as críticas de Trump.
Eduardo, cuja licença parlamentar de 122 dias termina no final de julho, deve retornar ao Brasil para evitar a perda de seu mandato. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou que o deputado retomará suas funções assim que o período de afastamento acabar.
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