O Supremo Tribunal Federal (STF), por meio de decisão do ministro Alexandre de Moraes, determinou nesta segunda-feira, 21 de julho de 2025, a proibição de o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) conceder entrevistas. A medida visa reforçar a cautelar estabelecida na sexta-feira, 18 de julho, que impede Bolsonaro de utilizar redes sociais, seja diretamente ou por terceiros. Segundo o despacho de Moraes, entrevistas em áudio, vídeo ou transcrições publicadas em plataformas digitais configuram descumprimento da restrição.
Bolsonaro cancelou uma entrevista ao vivo que seria realizada no canal de YouTube do jornal Metrópoles, marcada para esta segunda-feira. O veículo, pouco antes do horário previsto, informou que o ex-presidente desistiu do compromisso, temendo uma possível prisão. Em resposta, o Metrópoles renomeou a transmissão para “Ao vivo: Com medo de ser preso, Bolsonaro cancela entrevista”. A íntegra do despacho de Moraes está disponível em PDF (115 kB).
A decisão gerou críticas. O advogado André Marsiglia, colunista do Metrópoles, classificou a medida como “um absurdo jurídico” em publicação no X (ex-Twitter). Para ele, a proibição fere a liberdade de expressão de Bolsonaro, a liberdade de imprensa e o direito do público de acessar informações. Marsiglia questionou ainda se a ordem de Moraes poderia afetar entrevistas concedidas antes da decisão, acusando o ministro de praticar “censura prévia, retroativa e seletiva”. Ele comparou a medida a práticas de “ditaduras sombrias”, argumentando que Moraes busca eliminar a presença de Bolsonaro no ambiente virtual.
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