Na sessão que marcou o início do semestre judiciário, em 1º de agosto de 2025, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, condenou as sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos contra ele, classificando as ações que levaram à punição como “traiçoeiras e covardes”. Em sua primeira fala pública após o anúncio da Casa Branca, Moraes afirmou que nem ele nem o STF reconhecerão as medidas previstas na Lei Magnitsky, que impõe restrições financeiras. “O STF ignorará as sanções aplicadas. Este relator vai continuar trabalhando, como sempre, de forma colegiada, apesar das inverdades e da desinformação”, declarou.
Moraes criticou, sem citar diretamente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), acusado de coordenar com autoridades americanas a aplicação das sanções. Ele destacou que os envolvidos estão foragidos, “escondidos fora do Brasil, sem coragem de permanecer no território nacional”. O ministro comparou as táticas de bolsonaristas às de milícias, apontando ataques a autoridades, ministros do STF e familiares, como as esposas dos ministros Gilmar Mendes e Cristiano Zanin. “Essas ações, típicas de organizações criminosas, são atos claros de traição ao Brasil”, afirmou.
Durante cerca de 30 minutos de discurso, Moraes revelou que as ações penais de quatro núcleos da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre a tentativa de golpe de 2022 serão julgadas ainda neste ano. Ele mencionou provas de condutas ilícitas de Eduardo Bolsonaro e aliados, investigados em inquérito no STF, e associou as ações nos EUA ao “modus operandi golpista” de acampamentos em quartéis e da invasão da Praça dos Três Poderes, com o objetivo de provocar crises políticas, sociais e econômicas.
O ministro também denunciou pressões contra os Poderes Judiciário e Legislativo, citando ameaças recentes aos presidentes da Câmara, Hugo Mota, e do Senado, Davi Alcolumbre, com a intenção de favorecer interesses pessoais. Moraes reforçou a determinação do STF em resistir a intimidações e garantir a defesa da democracia. A sessão teve a presença de Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro.
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