A sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, realizada em 1º de setembro de 2025, foi marcada por uma discussão acalorada entre a senadora Leila Barros (PDT-DF) e a deputada federal Coronel Fernanda (PL-MT). O desentendimento ocorreu após a aprovação unânime de um requerimento que solicita a prisão preventiva de 21 suspeitos investigados por fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). As parlamentares, representantes de espectros políticos opostos, chegaram a se levantar e se encarar no plenário, precisando ser separadas por colegas para evitar uma escalada maior.
A confusão começou quando Coronel Fernanda celebrou o resultado da votação, exclamando: “Aprovamos, aprovamos!”. A senadora Leila Barros, que também votou a favor da medida, reagiu, destacando que a base governista teve participação na decisão. “Votamos”, afirmou Leila, o que desencadeou uma troca de provocações que elevou a tensão. Segundo Fernanda, “a senadora Leila não gostou quando comemorei o resultado da votação e veio para cima. Eu não aceitei”. Ela complementou: “Ela disse que não tinha medo e eu também retruquei que não tinha medo”. Apesar do confronto, Fernanda afirmou que o episódio “já passou”, enquanto Leila não se pronunciou com pedidos de desculpas até o momento.
A CPMI investiga um esquema bilionário de fraudes que envolve descontos não autorizados em benefícios de aposentados e pensionistas, apurado pela Operação Sem Desconto, deflagrada em abril de 2025 pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU). Entre os alvos do requerimento aprovado está Alessandro Stefanutto, ex-presidente do INSS, indicado pelo ex-ministro da Previdência Carlos Lupi, presidente do PDT, partido de Leila. O pedido de prisão preventiva, encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e sob relatoria do ministro André Mendonça, também inclui nomes como André Fidelis, identificado como operador do esquema, e outros suspeitos de intermediar fraudes.
A votação ocorreu durante a oitiva do advogado Eli Cohen, um dos primeiros a denunciar o caso. Inicialmente, o relator, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), planejava apresentar o requerimento ao final das perguntas, mas o presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), antecipou a votação, gerando protestos de parlamentares da base governista. Eles questionaram a ausência do nome do ex-ministro da Previdência Ahmed Mohamad Oliveira Andrade, também conhecido como José Carlos Oliveira, na lista de investigados.
Em suas redes sociais, Leila reforçou seu compromisso com a investigação: “Estou na CPMI para defender a verdade. Assim como fiz hoje, continuarei votando favoravelmente a todas as propostas que visem identificar os culpados e que garantam justiça aos aposentados e pensionistas prejudicados. A vida pública exige firmeza, e é assim que eu atuo”. Já Coronel Fernanda declarou: “Encerramos agora a sessão da CPMI, já passa da meia-noite. Foram horas intensas, de muitas informações e clima tenso. Mas sigo firme, porque lutei para que essa CPMI acontecesse e não vou recuar diante de ninguém, nem gritos e nem altura. Brasil merece a verdade”.
O requerimento aprovado pela CPMI, que também solicita a quebra de sigilos bancário, fiscal e telemático dos investigados, aguarda decisão do STF para ser implementado. A investigação aponta que o esquema de fraudes envolveu empresas criadas para aplicar golpes, muitas operadas por laranjas, causando prejuízos significativos a milhões de beneficiários do INSS.
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