O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), informou que o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), ainda não definiu quando o projeto de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 será votado. Após reunião na noite de quinta-feira (4.set.2025), Sóstenes revelou que Motta pediu para ele dialogar com líderes de outros partidos, como União Brasil, PSD, PP e Republicanos, mas não apresentou um cronograma para a tramitação. “Ele me pediu para voltar na segunda-feira e para eu conversar com os demais líderes, especialmente do União Brasil, PSD, Republicanos e do PP. Próxima semana serão sessões remotas e depois ele vai comunicar as decisões dele”, afirmou o líder do PL.
A proposta de anistia, prioridade da oposição, ganhou força com o apoio de parlamentares do Centrão e do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Sóstenes participou de um jantar na quarta-feira (3.set.2025) com Tarcísio e o pastor Silas Malafaia, onde o tema foi debatido. Segundo o deputado, Tarcísio relatou detalhes de uma conversa com Motta, que incluiu os presidentes do PP, Ciro Nogueira, e do Republicanos, Marcos Pereira. O líder do PL expressou otimismo, mas destacou que Motta parece hesitante em avançar com a discussão enquanto o Supremo Tribunal Federal (STF) julga o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado. “Não me deu cronograma, mas falou o que já tinha falado para vocês, que vai pautar, mas sem cronograma nenhum”, completou Sóstenes.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) defendeu uma anistia “ampla, geral e irrestrita”, que inclua o ex-presidente. Sóstenes reforçou que considera “inadmissível” debater a proposta sem beneficiar Bolsonaro. No entanto, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), propôs um texto alternativo que aliviaria penas, mas não incluiria o ex-presidente, o que foi rejeitado pelo PL. “Presidente de Câmara e de Senado não têm que falar de texto, deve ser um árbitro. Quem fala de texto é relator e o plenário é soberano para decidir”, disse Sóstenes, classificando a postura de Alcolumbre como “estranha”.
Motta, por sua vez, mantém cautela. “Estamos muito tranquilos com relação à discussão dessa pauta [anistia], não há ainda nenhuma definição. Nós estamos sempre ouvindo o colégio de líderes nessas pautas”, declarou à imprensa. Ele confirmou diálogos com Tarcísio, destacando que o governador, filiado ao mesmo partido, manifestou interesse na anistia. “O governador é um querido amigo, é do nosso partido, nós temos dialogado sempre. Não tem nenhuma novidade em relação a isso. O governador tem um interesse de que se paute a anistia e isso é público, e nós estamos ouvindo a todos”, afirmou.
A pressão pela anistia cresceu após o início do julgamento de Bolsonaro no STF, mas a oposição espera que a votação ocorra após sua conclusão, prevista para 12 de setembro. Sóstenes acredita que há maioria na Câmara para aprovar a proposta e confia que Alcolumbre não impedirá sua tramitação no Senado. “Nossa discussão é anistiar todo mundo ou não. Redução de pena não vai livrar as pessoas que estão fora do país”, declarou, rejeitando propostas mais restritivas.
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