O deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG), ex-governador de Minas Gerais, surge como o principal nome para ocupar a liderança máxima da legenda tucana. Essa movimentação interna ganha força porque o atual chefe da executiva, Marconi Perillo, planeja se afastar da função para se lançar na corrida pelo Palácio das Esmeraldas, o governo estadual de Goiás, nas eleições do próximo ano. A revelação veio do colunista especializado em Política da CNN, Pedro Venceslau, durante o programa CNN 360º.
Embora as negociações sigam em curso, fontes próximas indicam que a convenção partidária, prevista para o final de novembro, deve ratificar Aécio como sucessor sem grandes contestações, consolidando sua volta ao centro das decisões da sigla. Perillo, que assumiu o posto em 2023 com o aval inicial do mineiro, agora foca em sua terra natal, onde enfrenta o atual mandatário Ronaldo Caiado (União Brasil) – um rival de longa data. Essa saída abre espaço para Aécio, que já foi presidente do PSDB e candidato à Presidência em 2014, recuperar influência após um período de afastamento forçado por investigações judiciais, das quais foi absolvido em 2023 pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região.
O PSDB, que enfrenta desafios como perda de prefeitos para o Centrão e uma estrutura encolhida pós-2022, vê na troca uma chance de reorganização. O partido preserva presença na Câmara dos Deputados e um caixa razoável, o que pode impulsionar candidaturas estaduais. Para 2026, o foco inicial segue no governador gaúcho Eduardo Leite como pré-candidato ao Planalto, mas Aécio testa águas para disputar o retorno ao governo mineiro – cargo que exerceu de 2003 a 2010. "Só trataremos de eleições no ano que vem", afirmou Aécio, por meio de sua assessoria, ao O Tempo, sinalizando cautela, mas aliados destacam seu papel como articulador nacional, capaz de influenciar alianças em Minas e Brasília.
A retomada de Aécio também reflete tensões internas recentes, como debates sobre fusão com o PSD ou reaproximação com o MDB, onde ele defende o "centrão radicalizado" como oposição ao PT. Perillo, por sua vez, aposta em estratégias para as municipais de 2024, prevendo manutenção de prefeitos apesar de "desidratação" em São Paulo. "Com sua experiência política, Aécio será essencial para fomentar o bom debate político e a discussão em torno de ideias-força para as propostas que apresentaremos à sociedade brasileira em 2024 e 2026, na eleição presidencial", declarou Perillo em 2023, ao anunciar Aécio na presidência do Instituto Teotônio Vilela, entidade tucana que gerencia parte do fundo eleitoral.
Essa transição não só reposiciona velhos quadros, mas sinaliza um PSDB em busca de fôlego para 2026, equilibrando ambições pessoais e sobrevivência coletiva.
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