Alcolumbre nomeia Alessandro Vieira relator do projeto antifacções e revela recusa a indicações de bolsonaristas

Medida busca isolar texto de disputas partidárias e preservar foco na segurança pública
Por: Brado Jornal 19.nov.2025 às 09h53
Alcolumbre nomeia Alessandro Vieira relator do projeto antifacções e revela recusa a indicações de bolsonaristas
Geraldo Magela/ Agência Senado
Em anúncio realizado na tarde desta terça-feira (18), o presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União-AP), designou o senador Alessandro Vieira (MDB-SE) para assumir a relatoria do projeto de lei que combate as facções criminosas, assim que a proposta for encaminhada à Casa. A decisão, descrita como estratégica, tem o intuito de resguardar o debate legislativo de interferências partidárias exacerbadas.

Diversos parlamentares da oposição, como os senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Sergio Moro (União-PR), manifestaram interesse em relatar a matéria, que ganha relevância popular em meio a discussões sobre endurecimento das políticas de segurança. Alcolumbre destacou que optou por Vieira em uma escolha ponderada, visando neutralidade. "O senador Flávio Bolsonaro, assim como senador Moro e outros senadores, me solicitaram para que eles pudessem relatar essa matéria", revelou o presidente do Senado.

A indicação antecipada, prática rara no trâmite legislativo, surge para conter tensões oriundas da Câmara dos Deputados, onde o tema tem sido palco de embates entre governistas e oposicionistas. Aliados do presidente Lula expressaram alívio com a nomeação de Vieira, que não se alinha rigidamente a nenhum dos lados do espectro político. Alcolumbre reforçou a importância de blindar o texto contra polarizações: "Na condição de presidente do Senado Federal eu gostaria de proteger esse projeto do debate que nós estamos vivenciando infelizmente na Câmara dos Deputados entre situação e oposição. Proteger esse projeto, proteger esse relatório, é defender verdadeiramente os brasileiros".

O projeto antifacções ganhou ímpeto nas últimas duas semanas, impulsionado por uma operação policial no Rio de Janeiro que deixou 121 mortos e reacendeu clamores por medidas mais rígidas contra o crime organizado. Na Câmara, o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), escalou o deputado Guilherme Derrite (PP-SP) ex-secretário de Segurança Pública de São Paulo e alinhado ao ex-presidente Jair Bolsonaro para relatar o texto. O relatório de Derrite passou por múltiplas revisões, com expectativa de votação marcada para esta terça-feira.

Alcolumbre garantiu que o Senado evitará as mesmas contaminações observadas no plenário da Câmara: "Felizmente nós não teremos no Senado Federal a contaminação da votação de uma matéria tão importante para o Brasil". Ele também elogiou a expertise de Vieira, atual relator da CPI do Crime Organizado, argumentando que sua trajetória como delegado federal qualifica-o para o cargo. "Se o Senado teve com sabedoria a capacidade de escolher um delegado que serve o Brasil como senador da República para ser relator da CPI, eu tenho certeza absoluta de que todos nós estaremos representados por esse delegado senador como relator dessa matéria importantíssima".


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