O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), declarou nesta quinta-feira que considera improvável que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) renuncie à disputa pela Presidência da República após a aprovação do projeto que permite revisão de penas para condenados por ataques ao Estado democrático de Direito. A posição foi manifestada no Rio de Janeiro, logo depois do seminário “São Paulo e Brasil: Governo e Política”, realizado na Zona Sul da capital fluminense.
“Acho que não desistirá", respondeu Tarcísio quando perguntado diretamente sobre Flávio. Para ele, a nova legislação representa um avanço real na pacificação do país, ao possibilitar que milhares de pessoas de baixa renda, que já cumpriram boa parte da condenação, possam progredir de regime e voltar para casa. “É um passo concreto. Ajuda muita gente humilde a se reintegrar à família”, enfatizou.
Horas antes, durante entrega de unidades habitacionais em Carapicuíba, na Grande São Paulo, o governador já havia classificado a medida como “o que era viável no momento político atual”. Ele defendeu que o texto siga agora para o Senado e que novos avanços sejam buscados em etapas posteriores, sempre com foco no restabelecimento da justiça e na redução de tensões.
Aprovado na Câmara na madrugada da última terça-feira (9), o projeto surgiu logo após Jair Bolsonaro incentivar o filho Flávio a lançar candidatura à Presidência. Embora reduza o tempo que o ex-presidente deverá passar em regime fechado – com saída prevista para 2029 –, a iniciativa fica aquém do desejo do núcleo bolsonarista, que defende anistia ampla e irrestrita.
O próprio Tarcísio, em setembro, ao visitar Jair Bolsonaro em prisão domiciliar em Brasília, criticou a ideia de apenas revisar penas: “Não resolve, porque não se pode falar em redução quando há gente presa por crimes que não cometeu”. Apesar da posição pública mais dura na época, aliados apontam que sempre houve realismo estratégico nos bastidores, tanto pela dificuldade de aprovar perdão total quanto pelo risco de confronto direto com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que já indicaram ver inconstitucionalidade em anistia ampla.
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