O pastor Silas Malafaia, importante aliado de Jair Bolsonaro e figura influente no meio conservador, manifestou apoio à ideia de que o senador Flávio Bolsonaro (PL) abandone suas pretensões presidenciais para respaldar uma candidatura de Tarcísio de Freitas (Republicanos) ao Palácio do Planalto.
Em entrevista concedida à coluna de Paulo Cappelli no Metrópoles, em 16 de dezembro de 2025, Malafaia reconheceu que Flávio possui competência para o cargo de presidente, mas argumentou que lhe falta a necessária "musculatura política" para superar Lula nas eleições de 2026. O pastor propôs que a direita una forças em uma chapa liderada por Tarcísio, com Michelle Bolsonaro (PL) na vice-presidência.
“Uma chapa para ser combativa, para ganhar uma eleição: Tarcísio [candidato] e Michelle como vice. A Michelle encarna [o voto de] mulheres, direita, é evangélica e é filha de nordestino”, opinou o pastor.
Malafaia destacou a ausência de ataques do governo Lula a Flávio após o anúncio de sua pré-candidatura: “Eu não vi ninguém de governo Lula atacar Flávio [após o anúncio da candidatura]. Que coisa interessante. É como se dissessem: ‘É esse aí mesmo, é esse que nós queremos’.”
Sobre os índices de rejeição, ele citou a recente pesquisa Quaest, que coloca Flávio com rejeição semelhante à de Jair Bolsonaro e Lula, enquanto Tarcísio apresenta números bem inferiores. “Você pega a última pesquisa que saiu. Qual é a rejeição do Flávio? É a mesma de Bolsonaro e a de Lula, que é grande também. A de Tarcísio é bem abaixo. E rejeição é uma coisa importante. É como se o povo dissesse o seguinte, na minha percepção. ‘Nós não queremos Lula, mas também não queremos um Bolsonaro para presidente’. É uma percepção minha”, disse o pastor.
A sondagem Quaest, divulgada em 16 de dezembro, mostra Lula vencendo Flávio no segundo turno por 46% a 36%, e Tarcísio por 45% a 35%. Malafaia considerou o desempenho de Flávio previsível, mas reforçou a vantagem do governador paulista na rejeição.
O religioso também criticou o timing e a forma do anúncio da candidatura de Flávio: “O momento requer conversas. Falar com todas as lideranças que depois apoiaram Bolsonaro. Achei um movimento errado. O Bolsonaro está emocionalmente debilitado, porque é vítima de injustiça. Então acho que foi errado e não vou engolir. Não é assim, não”, prosseguiu.
Questionado se pretende intermediar um recuo de Flávio em prol de Tarcísio, Malafaia disse que não atuará diretamente na política, mas manifestará publicamente sua opinião para estimular o debate no campo conservador.
Por fim, o pastor rebateu críticas de parte da direita que vê Tarcísio como centrista: “Bolsonaro, quando era presidente, governou com quem? O ministro das Comunicações era Fábio Faria, do PSD, o chefe da Casa Civil era o Ciro Nogueira, do Progressistas”, avaliou.
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