China condena ataques de Israel ao Irã e defende solução diplomática

Embora defenda uma solução diplomática, a postura da China tem sido mais reservada em comparação com os Estados Unidos, aliado histórico de Israel
Por: Brado Jornal 16.jun.2025 às 08h31
China condena ataques de Israel ao Irã e defende solução diplomática
Stefani Reynolds/Pool via REUTERS

No sábado (14.jun.2025), o chanceler chinês Wang Yi classificou como “inaceitáveis” os bombardeios de Israel contra o Irã, iniciados na sexta-feira (13.jun). Em ligação com o ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar, Wang destacou a necessidade de um acordo internacional sobre o programa nuclear iraniano e reiterou a disposição da China para atuar como mediadora em negociações de paz.

Posicionamento cauteloso

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, já havia se manifestado na sexta-feira (13.jun), condenando qualquer violação à soberania, segurança ou integridade territorial do Irã. “A escalada do conflito no Oriente Médio não beneficia nenhuma das partes. A China é contra ações que intensifiquem as tensões regionais”, afirmou Lin, em coletiva com jornalistas. Questionado sobre um possível fechamento do Estreito de Ormuz pelo Irã, que poderia afetar o fluxo de 25% do petróleo global, ele evitou especular sobre “situações hipotéticas”.

Relações com Irã e Israel

A China mantém laços estratégicos com ambos os países. Com o Irã, possui um acordo de cooperação de 25 anos, assinado em 2021, que prevê investimentos de US$ 400 bilhões em infraestrutura em troca de petróleo. Em abril de 2025, o chanceler iraniano Abbas Araqchi visitou Pequim, onde discutiu com Wang Yi o uso pacífico da tecnologia nuclear iraniana, recebendo apoio chinês. Já com Israel, a parceria inclui cooperação militar, como no desenvolvimento do jato J-10 e de mísseis, além de relações diplomáticas estabelecidas desde 1992.

Diplomacia em meio à crise

Embora defenda uma solução diplomática, a postura da China tem sido mais reservada em comparação com os Estados Unidos, aliado histórico de Israel. O presidente americano Donald Trump, do Partido Republicano, afirmou nas redes sociais que busca “reduzir as tensões” na região e, segundo a Reuters, vetou um plano israelense para assassinar o líder iraniano. A China, por sua vez, evita envolvimento direto, mas insiste na importância de preservar a estabilidade regional, conforme noticiado pelo South China Morning Post.

Papel construtivo

Wang Yi enfatizou que uma resolução pacífica ainda é viável e que a China está pronta para contribuir de forma construtiva. A posição reflete o interesse do país em manter sua influência no Oriente Médio, onde o Irã integra a Nova Rota da Seda, sem se envolver diretamente no conflito.




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