O presidente da Rússia, Vladimir Putin, mencionou o Brasil ao discutir as tarifas impostas pelos Estados Unidos, sugerindo que o conflito na Ucrânia serve como pretexto para medidas econômicas contra nações aliadas de Moscou. Em uma entrevista concedida a jornalistas em Pequim, na China, na quarta-feira (3.set.2025), durante uma visita oficial de quatro dias, Putin afirmou que as sanções americanas visam resolver “questões de caráter econômico em relação a países cujas ligações desagradam alguém”.
“Estes acontecimentos na Ucrânia são apenas um pretexto para a resolução de questões econômicas em relação a uma série de países cujas relações econômicas não agradam a algumas pessoas”, declarou o líder russo, conforme traduzido pelo jornal indiano Hindustan Times. Ele destacou que as tarifas aplicadas ao Brasil no início de agosto não têm relação direta com a guerra na Ucrânia, mas sim com desequilíbrios econômicos percebidos pelos EUA em suas relações com outras nações.
Putin argumentou que, diferentemente do comércio entre os EUA, a Índia e a China, onde há desproporções evidentes, as relações econômicas entre Brasil e Estados Unidos não apresentam desequilíbrios significativos. “Existe uma desproporção no comércio entre os EUA e a Índia, os EUA e a China, mas não há desproporção nas relações econômicas entre o Brasil e os Estados Unidos”, afirmou. Ele questionou a conexão entre as tarifas e o conflito ucraniano, dizendo: “O que a Ucrânia tem a ver com isso? Embora haja referências à Ucrânia, o que ela tem a ver com isso? Não tem nada a ver com isso.”
O presidente russo também apontou para questões políticas internas no Brasil como possível motivação para as sanções. “Existem problemas na situação política interna, incluindo nas relações entre as autoridades atuais e o ex-presidente [Jair] Bolsonaro [PL]. O que a Ucrânia tem a ver com isso?”, perguntou.
As declarações de Putin foram feitas em um contexto de tensões comerciais, com os EUA, sob a liderança de Donald Trump, intensificando medidas contra países que mantêm laços econômicos com a Rússia, especialmente no comércio de petróleo e fertilizantes. O Brasil, um dos maiores importadores desses produtos russos, tem sido alvo de atenção, com importações de diesel russo aumentando significativamente desde o início do conflito, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.
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