O presidente dos EUA, Donald Trump, confirmou na quarta-feira (15) que autorizou missões secretas da CIA na Venezuela e avalia operações terrestres contra o narcotráfico. A medida intensifica a ofensiva contra Nicolás Maduro, acusado de liderar o Cartel de los Soles, rotulado como narcoterrorista. Desde agosto, tensões crescem com o envio de oito navios, um submarino nuclear e bombardeiros B-52 ao Caribe, próximos à costa venezuelana. Os EUA alegam combater o tráfico, destruindo barcos suspeitos, enquanto oferecem US$ 50 milhões pela captura de Maduro.Na terça (14), Trump admitiu as operações da CIA, sem detalhá-las, afirmando que a Venezuela exporta drogas e criminosos. “Cada barco que destruímos, salvamos 25 mil vidas de americanos”, disse. No mesmo dia, B-52 sobrevoaram a região de controle aéreo venezuelano, em manobra vista como provocação. Maduro reagiu, chamando as ações de “golpe da CIA” e criticando ameaças belicistas. O “New York Times” sugere que operações letais visam o líder e seu governo, mas planos e prazos seguem incertos.Motivações e riscos estratégicosMaurício Santoro, doutor em Ciência Política, vê as ações como tentativa de derrubar Maduro, com interesses no petróleo venezuelano, que detém 302,3 bilhões de barris, segundo o Relatório Mundial de Energia 2025. Ele aponta possíveis cenários: ataques a alvos estratégicos, captura de líderes ou incitação a revoltas. “Estamos na iminência de um ataque de larga escala, inédito na América do Sul”, afirma. Contudo, a força atual não seria suficiente para ocupar o país.
Os EUA justificam a operação como combate a uma rede criminosa, chamando Maduro de “narcoterrorista”. O Cartel de los Soles, segundo o InSight Crime, é uma rede que lucra com o tráfico, envolvendo militares e autoridades. “É menos uma organização e mais um sistema regulado por chavistas”, diz a fundação.Manobras e reações
Na quarta, três B-52 cruzaram a zona de controle aéreo venezuelana, em gesto que Santoro interpreta como ensaio para bombardeios e teste das defesas locais. Imagens do FlightRadar sugerem traçado provocador, parte de uma guerra psicológica.Maduro condenou as ações como “golpes da CIA” e rejeitou intervenções, comparando-as a guerras no Iraque e Afeganistão. A Chancelaria venezuelana chamou as falas de Trump de “belicistas” e acusou os EUA de cobiçar o petróleo. Segundo o “New York Times”, Maduro ofereceu recursos naturais para aliviar tensões, sem sucesso.Operações navais e críticas internacionais
Desde setembro, os EUA bombardeiam barcos supostamente ligados ao narcotráfico. Na terça, um ataque matou seis pessoas. Trump afirmou: “A inteligência confirmou que a embarcação traficava narcóticos.” A Human Rights Watch critica os bombardeios como “execuções extrajudiciais”. A ONU debateu o tema, preocupada com mortes de civis e escalada regional. Caracas alega que as vítimas eram pescadores e pede investigações.Escalada e contexto global
O “New York Times” e a BBC relatam que a autorização presidencial, sob orientação de Marco Rubio e John Ratcliffe, amplia ações letais para remover Maduro, com 10 mil tropas no Caribe. Mick Mulroy, ex-CIA, compara a estratégia a “Sicario”. Maduro mobilizou defesas, e a China condenou as ameaças americanas. Gabriel Boric, do Chile, acusou Caracas de exportar terror. Na ONU, 27 mortes em cinco ataques navais desde setembro geram alertas. Antonio De La Cruz, à NTN24, afirmou: “No es un ataque al país, es ir a buscar a Maduro para presentarlo ante la justicia de EE. UU.”
Deixe sua opinião!
Assine agora e comente nesta matéria com benefícos exclusivos.
Sem comentários
Seja o primeiro a comentar nesta matéria!
Carregando...