Opções militares de Trump contra a Venezuela: ataques, sequestro e domínio de recursos energéticos

Propostas em debate incluem enfraquecimento das forças armadas de Maduro e uso de drones para minimizar riscos a tropas americanas
Por: Brado Jornal 05.nov.2025 às 11h01
Opções militares de Trump contra a Venezuela: ataques, sequestro e domínio de recursos energéticos
Foto: Federico PARRA / AFP/12/10/2025
De acordo com fontes consultadas pelo New York Times, o governo de Donald Trump elabora planos variados para intervenções armadas na Venezuela, com foco em desestabilizar o regime de Nicolás Maduro. As estratégias, divididas em três eixos principais, vão desde bombardeios seletivos em bases militares até a tomada de instalações petrolíferas, passando por missões de elite para deter o presidente venezuelano. Apesar do avanço das discussões, o mandatário americano demonstra hesitação em aprovar ações que exponham soldados dos EUA a perigos elevados, priorizando ferramentas como drones navais e munições de precisão.

Autoridades de defesa nacional destacam que, embora a CIA já opere secretamente no território desde outubro, com permissão para ações de inteligência, apoio a dissidentes e até sabotagens, tais medidas sozinhas não bastaram para derrubar Maduro. "Se tais operações realmente pudessem depor Maduro, ele já teria caído há anos", afirmam essas fontes, o que impulsiona a análise de escaladas mais diretas. O acúmulo de forças na região, incluindo cerca de 10 mil militares americanos no Caribe metade em navios de guerra e a outra em bases como Puerto Rico, reforça uma campanha de pressão psicológica sobre o líder chavista, com exercícios recentes do 160º Regimento de Aviação de Operações Especiais do Exército perto da costa venezuelana.

Enfraquecimento do aparato de segurança

A abordagem inicial prioriza bombardeios aéreos em complexos militares, muitos deles supostamente ligados ao narcotráfico, com o intuito de corroer a lealdade das tropas a Maduro. Especialistas em segurança preveem que essa tática poderia incentivar a deserção ou fuga do presidente, tornando-o mais exposto durante deslocamentos internos. No entanto, opositores da ideia alertam para o risco de consolidação do apoio interno, transformando o sitiado em mártir. "Eles nos trataram muito mal, não só com drogas", disse Trump em entrevista ao CBS News, repetindo alegações infundadas de que Caracas liberou criminosos, como membros do Tren de Aragua, para os EUA.

Essa linha se alinha a ofensivas recentes contra embarcações no Caribe e Pacífico Oriental, que já resultaram em 15 ataques e 27 mortes, apresentados como combate ao tráfico, mas admitidos como parte de um esforço maior para remover Maduro do poder. O presidente, ao ser questionado se os dias de Maduro estão contados, respondeu: "Eu acho que sim, yeah".

Missão para deter o líder chavista

Outra via envolve o deslocamento de unidades de elite, como a Força Delta do Exército ou o SEAL Team 6 da Marinha especialistas em resgates e antiterrorismo, com ordens para capturar ou eliminar Maduro. Para driblar restrições legais contra assassinatos de chefes de Estado estrangeiros, a administração Trump o retrataria como o principal de uma rede narcoterrorista, via Cartel de los Soles, rotulada assim por Washington. "Maduro é, antes de tudo, o chefe de uma quadrilha de narcoterroristas", argumentariam os defensores dessa opção, estendendo a justificativa usada em strikes marítimos.

O Departamento de Estado oferece US$ 50 milhões (cerca de R$ 270 milhões) por sua prisão ou condenação, e o governo poderia alegar ilegitimidade eleitoral, já que a administração Biden negou reconhecimento à vitória declarada por Maduro no ano passado. Ainda em elaboração, novas diretrizes do Departamento de Justiça visam expandir poderes presidenciais, permitindo strikes contra oficiais de segurança de Maduro como alvos "legítimos" em defesa de interesses americanos, sem caracterizar uma guerra formal.

Tomada de ativos estratégicos

A proposta mais elaborada prevê o envio de forças antiterroristas para dominar aeroportos, campos petrolíferos e infraestruturas chave, garantindo controle sobre as reservas as maiores comprovadas do mundo. Essa manobra, defendida por figuras como o secretário de Estado Marco Rubio e o assessor de segurança Stephen Miller, visa forçar a renúncia de Maduro ao cortar recursos vitais. Contudo, as duas últimas opções elevam os perigos para operativos no terreno e civis, particularmente em cenários urbanos como Caracas.

Trump tem evitado endossos a planos com potencial de fracasso ou baixas americanas, optando por armamentos de alcance estendido, como os operados pelo porta-aviões USS Ford. "Eu duvido que vá acontecer. Não acho, mas eles nos trataram muito mal", afirmou ele sobre uma guerra aberta, em meio a mensagens contraditórias sobre intenções. O acirramento inclui o fim de diálogos diplomáticos com Caracas, frustrações com a recusa de Maduro a demandas americanas e apelos à Rússia, China e Irã para reforçar defesas venezuelanas sob pressão dos EUA.

O memorando interno sobre strikes potenciais enfatiza: "Líderes militares que organizam ataques contra pessoas e interesses dos EUA podem ser alvos legítimos", com foco em minimizar danos colaterais e evitar "impor mudança de regime por meios militares". Qualquer decisão colocaria o governo sob escrutínio legal, dada a mistura de motivos de narcotráfico a acesso ao petróleo e acusações de liberação de prisioneiros.



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