O Exército de Libertação Popular da China iniciou nesta segunda-feira (29) uma operação militar surpresa denominada "Justice Mission 2025", mobilizando forças do Exército, Marinha, Aeronáutica e Força de Foguetes para exercícios conjuntos em águas e espaço aéreo ao redor de Taiwan.
O coronel Shi Yi, porta-voz do Comando do Teatro Oriental, afirmou que as manobras ocorrem no Estreito de Taiwan e em áreas ao norte, sudoeste, sudeste e leste da ilha. Elas concentram-se em patrulhas de prontidão ar-mar, conquista de superioridade integrada, bloqueio de portos-chave e dissuasão multidimensional fora da cadeia de ilhas.
“É um alerta severo às forças separatistas da ‘independência de Taiwan’ e às forças de interferência externa, e uma ação legítima e necessária para salvaguardar a soberania e a unidade nacional da China”, disse Shi.
As atividades incluem o uso de caças, bombardeiros, drones e foguetes de longo alcance, com foco em ataques de precisão a alvos terrestres móveis. Nesta segunda-feira, já ocorreram disparos reais contra alvos marítimos. Grandes exercícios com tiro real estão programados para terça-feira (30), entre 8h e 18h, em várias zonas ao redor da ilha, cobrindo uma área maior que manobras anteriores e aproximando-se mais da costa taiwanesa.
Taiwan respondeu colocando suas forças em alto alerta e realizando exercícios de resposta rápida. O Ministério da Defesa da ilha mobilizou tropas adequadas e treinamentos de prontidão para combate.
“Os exercícios militares direcionados do Partido Comunista Chinês confirmam ainda mais sua natureza de agressor e de maior destruidor da paz”, afirmou o ministério.
Karen Kuo, porta-voz do gabinete presidencial de Taiwan, declarou que a operação mina a estabilidade do Estreito de Taiwan e da região Indo-Pacífico, desafiando a ordem internacional.
“Nosso país condena veementemente as autoridades chinesas por desconsiderarem normas internacionais e utilizarem intimidação militar para ameaçar países vizinhos”, disse ela.
As manobras afetarão o tráfego aéreo: autoridades taiwanesas informaram que mais de 100 mil passageiros em voos internacionais e milhares em voos domésticos terão rotas desviadas ou canceladas na terça-feira para evitar áreas de risco.
Embora o comunicado chinês não cite diretamente, os exercícios seguem a aprovação recente pelos Estados Unidos de um pacote de armas para Taiwan superior a US$ 10 bilhões o maior já anunciado e uma declaração da primeira-ministra do Japão, Sanae Takaichi, sugerindo possível envolvimento militar japonês em caso de ações chinesas contra a ilha.
Pequim reivindica Taiwan como parte de seu território, apesar de a ilha ser governada de forma autônoma desde 1949, após o fim da guerra civil chinesa.
Nas redes sociais, o comando chinês divulgou cartazes provocativos, como um mostrando escudos com a Grande Muralha e aeronaves militares, com a mensagem de que intrusos estrangeiros ou separatistas seriam eliminados.
Recentemente, uma foto divulgada pela agência Xinhua mostrou o presidente Xi Jinping posando com oficiais promovidos, incluindo Yang Zhibin, do Comando do Teatro Oriental, e Han Shengyan, do Comando do Teatro Central.
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