O líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, informou nesta segunda-feira (29) que Donald Trump propôs garantias de segurança aos Estados Unidos para a Ucrânia por 15 anos, prorrogáveis, durante encontro realizado no domingo (28) em Mar-a-Lago, na Flórida.
As garantias implicariam proteção semelhante à da Otan, com envio de tropas americanas e europeias em caso de nova agressão russa.
Zelensky, porém, manifestou desejo por um período mais extenso. "Eu realmente queria que as garantias fossem mais longas. Eu disse a ele que realmente queremos considerar a possibilidade de 30, 40, 50 anos", declarou o presidente ucraniano em coletiva virtual. Trump indicou que avaliaria a solicitação.
Os dois líderes expressaram otimismo quanto a um acordo de paz para encerrar o conflito com a Rússia, descrevendo as negociações como próximas de uma conclusão, embora admitam questões complexas pendentes, especialmente o futuro do Donbass.
Trump afirmou que as partes estão "muito próximas" de um entendimento, com equipes continuando o trabalho nas próximas semanas. Zelensky avaliou que cerca de 90% do plano de paz está acordado.
O Kremlin, por meio do porta-voz Dmitry Peskov, concordou com a declaração de Trump de que o fim da guerra está mais próximo. "Claro que concordamos", disse Peskov. No entanto, insistiu na retirada ucraniana total do Donbass, região parcialmente controlada por forças russas.
A proposta americana prevê reconhecimento de fato das áreas ocupadas no Donbass como russas, além de aplicação similar à Crimeia, anexada em 2014. Uma zona desmilitarizada na região também é discutida, com Zelensky indicando abertura para retirada de tropas ucranianas caso a Rússia faça o mesmo.
Durante o encontro, Trump mencionou que a Rússia deseja o sucesso da Ucrânia e ajudará na reconstrução pós-conflito, o que provocou risadas de Zelensky.
"Estamos na fase final das negociações. Ou isso termina, ou vai se prolongar por muito tempo e milhões de pessoas a mais vão morrer", declarou Trump. "Acho que podemos avançar rapidamente."
Zelensky agradeceu a mediação americana, mas evitou comentar diretamente sobre concessões territoriais. "É uma pergunta difícil de ser respondida, vocês sabem a nossa posição. Temos que respeitar nossa lei e nosso povo", afirmou. "É a terra de nossa nação, a terra de muitas gerações".
Deixe sua opinião!
Assine agora e comente nesta matéria com benefícos exclusivos.
Sem comentários
Seja o primeiro a comentar nesta matéria!
Carregando...