Nisar: satélite da Nasa e Isro desvenda segredos da Terra com precisão inédita

A antena do Nisar opera como uma câmera de alta definição, capturando imagens de uma mesma área em diferentes ângulos
Por: Brado Jornal 31.ago.2025 às 10h48
Nisar: satélite da Nasa e Isro desvenda segredos da Terra com precisão inédita
(NASA/JPL-Caltech/.)

O satélite Nisar, resultado da colaboração entre a Nasa e a Organização Indiana de Pesquisa Espacial (Isro), representa um marco na observação do planeta Terra, descrito por Carl Sagan como um “pálido ponto azul”. Equipado com a maior antena já utilizada em uma missão espacial — um círculo dourado de 12 metros de diâmetro, semelhante a um guarda-chuva futurista —, o Nisar utiliza tecnologia de ponta para monitorar mudanças quase imperceptíveis na superfície terrestre, a 750 quilômetros de altitude, com resolução de até 1 centímetro.

A antena do Nisar opera como uma câmera de alta definição, capturando imagens de uma mesma área em diferentes ângulos, que são combinadas por um software para criar um efeito de lente gigante, impossível de ser construída fisicamente. Com dois radares capazes de atravessar nuvens e vegetação densa, o satélite detecta transformações em geleiras, florestas e terrenos, permitindo monitorar desmatamento, queimadas, enchentes, terremotos e deslizamentos com detalhes nunca antes alcançados. “O Nisar inaugura uma nova era para as ciências climáticas”, destaca Álvaro Penteado Crósta, geólogo da Unicamp e membro da Academia Brasileira de Ciências.

Países tropicais, como o Brasil, celebram o potencial do Nisar. Na Amazônia, onde nuvens frequentemente dificultam o monitoramento, o satélite permitirá acompanhar em tempo real o desmatamento, mudanças no uso do solo e até vestígios arqueológicos de ocupações pré-históricas sob a floresta. Globalmente, o equipamento medirá deslocamentos mínimos na crosta terrestre, antecipando falhas geológicas, além de observar o derretimento de geleiras e a elevação dos oceanos, fenômenos cruciais para o clima. Gerando dados 14 vezes por dia, o Nisar oferece informações detalhadas, revelando alterações centímetro a centímetro.

A missão simboliza a força da colaboração internacional. Estados Unidos e Índia unem suas tecnologias de ponta, em um esforço que ecoa parcerias como o programa CBERS, entre Brasil e China, voltado para monitoramento ambiental. Diferentemente do controle distópico imaginado por George Orwell em *1984*, o Nisar atua como um “Grande Irmão” benevolente, observando a Terra para proteger sua fragilidade. Como disse Ban Ki-moon, ex-secretário-geral da ONU, “não há plano B porque não existe um planeta B”. O satélite reforça essa urgência, unindo ciência e responsabilidade para preservar o único lar da humanidade.



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