Jornalista diz ter sido assediado sexualmente por Júlio Lancellotti

"Estou à disposição das autoridades e da Igreja", disse Cristiano Gomes
Por: Brado Jornal 30.jan.2024 às 18h02 - Atualizado: 31.jan.2024 às 18h42
Jornalista diz ter sido assediado sexualmente por Júlio Lancellotti
Rovena Rosa/Agência Brasil

O jornalista Cristiano Gomes disse que foi assediado sexualmente pelo padre Júlio Lancellotti. Segundo ele, o crime ocorreu em maio de 1987. As informações são da revista Oeste.

Gomes revelou que tinha 11 anos quando o abuso ocorreu. Ele era coroinha.

Cristiano relatou que foi à sacristia para chorar após a missa de sétimo dia da avó, na Paróquia São Miguel Arcanjo, na Mooca, bairro da Zona Leste de São Paulo. Ele afirma que foi acolhido pelo pároco de plantão e, depois, percebeu que aquele não foi um mero consolo fraternal.

Ele citou carícias e afirmou que o religioso passou a pressionar seu corpo contra o dele. Por fim, Cristiano conseguiu escapar e não voltou ao local.

"Terminada a missa de sétimo dia, fui à sacristia e entrei num choro incessante, finalmente havia caído a ficha de que eu nunca mais iria ver a minha avó. Nesse momento, o padre entrou e me abraçou, um abraço que parecia ser afetuoso. Eu tinha muita admiração por ele e recebi aquele abraço como se fosse de um pai. Ele me abraçava e falava “te gosto muito, não fique assim”. Só que isso evoluiu. A barba dele, por fazer, começou a roçar no meu rosto, ele apertou mais o corpo contra o meu e começou a fazer movimentos — ou seja, esfregar-se em mim. Naquele momento, senti que ele estava excitado. Toda aquela admiração que eu tinha por ele virou medo. Eu me desvencilhei dos braços dele, saí correndo e nunca mais voltei à igreja", falou.

"As pessoas conhecem o personagem padre Júlio. Mas eu, da pior maneira possível, conheci o homem Júlio Renato Lancellotti".

O homem explicou a razão de ter demorado a falar sobre o caso.

"Não é fácil, ninguém sente orgulho em falar que foi assediado. Eu era uma criança. Seria a minha palavra contra a dele, que certamente falaria que eu estava abalado com a morte da minha avó e que não tinha sido nada daquilo".

Ele ressaltou que está à disposição das autoridades e da Igreja Católica.

"Estou à disposição das autoridades e da Igreja. Quero levar adiante essa denúncia, pois acredito que chegou a hora de as pessoas saberem quem é não o padre que aparece na imprensa, mas o ser humano Júlio Renato Lancellotti, que, repito, tive o desprazer de conhecer da pior forma possível".


REENCONTRO

Cristiano disse que viu o padre outras duas vezes. Uma delas foi no casamento de seu irmão, em 2015, na capela que fica nas dependências do campus da Mooca da Universidade São Judas Tadeu.

Lancellotti foi o responsável por celebrar o cerimônia.

"Lancellotti fez questão de dizer que o meu irmão tinha sido batizado por ele, e de fato o foi, na paróquia dele. Mas ele não falou que eu tinha sido coroinha dele. Ali, tive a certeza de que ele se lembrava do que havia feito comigo".



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