Após bloquear 11 mil sites, governo obriga bancos a notificarem contas ligadas a apostas ilegais

Instituições financeiras devem informar movimentações suspeitas em até 24h. Mais de 30 contas já foram bloqueadas após alertas
Por: Brado Jornal 10.abr.2025 às 08h31
Após bloquear 11 mil sites, governo obriga bancos a notificarem contas ligadas a apostas ilegais
Tânia Rego/Agência Brasil

O governo federal deu um novo passo no combate às apostas esportivas ilegais no Brasil. Após bloquear mais de 11 mil sites, o Ministério da Fazenda passou a exigir que bancos, fintechs e instituições de pagamento notifiquem qualquer suspeita de contas associadas a bets não regulamentadas. A medida foi determinada por meio de uma portaria publicada em 20 de março deste ano.

Desde então, a Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA) recebeu nove notificações de movimentações suspeitas, que resultaram no bloqueio de 32 contas. Desde outubro de 2024, apenas as plataformas autorizadas pelo governo podem operar no Brasil — são 159 sites válidos, todos com o domínio “.bet.br”.

Apesar dos bloqueios, plataformas irregulares seguem tentando burlar o sistema criando novos domínios semelhantes. “É um esforço necessário, mas não suficiente”, afirmou Regis Dudena, secretário da SPA.


Nova regra para instituições financeiras

Com a nova portaria, as instituições financeiras e de pagamento têm até 24 horas para comunicar à SPA qualquer movimentação suspeita de apostas ilegais. A notificação deve conter dados do titular, detalhes da transação e eventuais medidas adotadas, como bloqueio ou encerramento da conta.

Segundo Dudena, a participação ativa dessas entidades é essencial para desmantelar a estrutura financeira que sustenta as bets ilegais. "A ideia é cercar a ilegalidade por todos os lados para proteger a economia popular", explicou.

A secretaria também realiza simulações em sites ilegais para descobrir os bancos envolvidos nas transações. Quando identificadas, essas instituições são notificadas. A Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL) também colabora com o processo, tendo identificado até agora cerca de 10 mil plataformas clandestinas.

As instituições que descumprirem as regras da portaria estão sujeitas a advertência, multa de até R$ 2 bilhões e proibição de participar de licitações públicas.


Aposta não é investimento

Dudena destaca que o objetivo das medidas não é punir os apostadores, mas protegê-los dos riscos de plataformas não regulamentadas. “As pessoas precisam entender que aposta é entretenimento para perder dinheiro. Não se trata de investimento. Você está pagando por uma emoção, não comprando um ativo financeiro.”


Gastos bilionários e CPI no Senado

Dados do Banco Central estimam que os brasileiros gastam entre R$ 20 e R$ 30 bilhões por mês com apostas online. O levantamento foi apresentado pelo presidente do BC, Gabriel Galípolo, e pelo secretário-executivo, Rogério Lucca, durante audiência da CPI das Apostas Esportivas, instaurada no final de 2024.

A CPI investiga os impactos das apostas no orçamento das famílias brasileiras e possíveis ligações com organizações criminosas envolvidas em lavagem de dinheiro.

O governo segue ampliando os esforços para regulamentar o setor, proteger os consumidores e conter o avanço das plataformas clandestinas que atuam à margem da lei.



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