Conselheiro da Petrobras propõe diálogo com governo e congelamento de preços por 45 dias

Aceno de um conselheiro da estatal à cúpula do governo federal ocorre em meio às críticas do presidente Jair Bolsonaro (PL) e do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), ao reajuste anunciado nesta sexta
Por: Brado Jornal 18.jun.2022 às 10h33
Conselheiro da Petrobras propõe diálogo com governo e congelamento de preços por 45 dias
Divulgação

Um dos representantes do Conselho de Administração da Petrobras, Francisco Petros propôs dialogar com o governo brasileiro e congelar os preços dos combustíveis por 45 dias. Em carta enviada ao ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, ao ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e ao presidente da estatal, José Mauro Ferreira Coelho, obtida pela Jovem Pan, Petros faz um aceno e pede à cúpula do governo deixe de indicar os novos membros ao comando da empresa. A manifestação, uma espécie de bandeira branca, ocorre na esteira da reação do mundo político ao reajuste das tarifas da gasolina e do diesel anunciado na manhã desta sexta-feira, 17. O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que a petroleira “não pensa no social” e que estuda a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a conduta da diretoria da estatal. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), por sua vez, pediu a renúncia imediata de Ferreira Coelho – o líder do Centrão escreveu, em seu perfil no Twitter, que o dirigente “trabalha sistematicamente contra o povo”.

“Acreditamos que o que aqui se propõe pode restabelecer o ambiente saudável de relacionamento institucional da Petrobras com seu principal acionista, bem como, restabelece a normalidade da gestão na busca de soluções úteis ao Brasil, suas instituições e a sociedade, as empresas e todos os stakeholders da Petrobras”, diz Francisco Petros em um trecho da carta. Embora reconheça “o difícil momento pelo qual passa o setor de petróleo, fruto das instabilidades geopolíticas decorrentes da guerra entre a Ucrânia e a Rússia e seus consequentes efeitos setoriais para o segmento de petróleo”, o conselheiro rebate as críticas dos políticos e diz que tem verificado que há “uma notável incompreensão sobre a necessidade concreta de a Petrobras praticar preços que permitam a manutenção do abastecimento em um ambiente de higidez do funcionamento do mercado, a rentabilidade de seus ativos, o pagamento de tributos e a obtenção de seus resultados, estes destinados inclusive à União Federal em volumosos dividendos”.

A Petrobras anunciou, na manhã desta sexta-feira, 17, um novo reajuste dos preços da gasolina e do diesel. O preço do litro da gasolina vai de R$ 3,86 para R$ 4,06, um salto de 5,18% – o último aumento ocorreu há mais de três meses, no dia 11 de março. O do diesel, por sua vez, vai de R$ 4,91 para R$ 5,61 por litro – 14,26% de alta. A última mudança desta tarifa havia sido feita no dia 10 de maio. As novas tarifas passam a valer no sábado, 18. “A companhia tem buscado o equilíbrio dos seus preços com o mercado global, mas sem o repasse imediato para os preços internos da volatilidade das cotações internacionais e da taxa de câmbio. Esse posicionamento permitiu à Petrobras manter preços de GLP estáveis por até 152 dias; de diesel por até 84 dias; e de gasolina por até 99 dias”, diz nota da estatal.



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