O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) decidiu anular três questões da prova do segundo dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025 depois que um professor divulgou, em uma transmissão ao vivo no YouTube, itens praticamente iguais aos que caíram no exame. A decisão foi anunciada nesta terça-feira (18/11) e acompanhada do acionamento da Polícia Federal para apurar a origem e a responsabilidade pelo compartilhamento de material sigiloso.
De acordo com o Inep, a medida foi adotada após avaliação técnica da comissão que monta a prova, que concluiu ser necessário excluir as questões para preservar a isonomia e a confiabilidade do exame. “O Inep promove diversas estratégias para calibrar as questões que compõem o Banco Nacional de Itens e podem ser usadas na elaboração das provas do Enem. Os processos envolvem rigorosos protocolos de segurança, que foram cumpridos em todas as etapas do exame”, afirmou o instituto em nota oficial.
O caso ganhou repercussão porque o professor Edcley Teixeira, que ministra cursos preparatórios online, realizou uma live no dia 11 de novembro cinco dias antes da aplicação da segunda etapa do Enem 2025 na qual mostrou questões muito semelhantes às que apareceram na prova. Uma delas, de biologia, tratava de espécies que evoluem e ficam restritas a determinados ambientes; quatro das cinco alternativas exibidas por ele, incluindo a correta, eram idênticas às da prova oficial, apesar de o enunciado ter sido reformulado.
Edcley afirma participar de pré-testes realizados pelo Inep e diz que as semelhanças ocorrem porque ele se recorda de itens que já passou em anos anteriores. Ele também alega ter tido acesso antecipado a questões das edições de 2023 e 2024 do Enem e que as incluiu em seu material de aulas.
O Enem utiliza a Teoria da Resposta ao Item (TRI), modelo que exige que todos os itens passem por pré-testes com estudantes antes de serem inseridos no Banco Nacional de Itens. Nessas aplicações experimentais, os participantes têm contato com questões que poderão ser usadas em provas futuras o que, segundo o Inep, explica eventuais semelhanças.
Apesar dos protocolos de segurança, o episódio levantou dúvidas sobre a proteção do sig100% confidencial do banco de itens. A Polícia Federal foi acionada para investigar se houve quebra de confidencialidade ou má-fé por parte de quem teve acesso aos pré-testes. O objetivo é identificar e responsabilizar os envolvidos.
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