O vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance (Partido Republicano), afirmou que Elon Musk errou gravemente ao confrontar o presidente Donald Trump (Partido Republicano). Em entrevista ao comediante Theo Von na sexta-feira (6.jun.2025), Vance classificou como “um grande erro” a postura do empresário, que recentemente fez críticas contundentes ao governo.
“Elon expressou frustrações, mas atacar o presidente dessa maneira foi um equívoco”, declarou Vance. Apesar das tensões, o vice-presidente demonstrou otimismo sobre uma possível reaproximação. “Quero acreditar que Elon possa voltar ao nosso lado, embora agora ele esteja muito exaltado”, completou.
Vance também refutou com veemência as alegações de Musk de que Trump teria envolvimento com o esquema de abuso sexual de Jeffrey Epstein. “Isso é completamente falso. Trump não tem qualquer relação com os crimes de Epstein”, afirmou categoricamente.
Entenda o conflito entre Musk e Trump
A disputa ganhou força em 28 de maio de 2025, quando Musk renunciou a um cargo no governo, um dia após expressar “decepção” com o pacote fiscal de Trump. O projeto, segundo análises de agências independentes da Câmara dos EUA, pode aumentar o déficit público em mais de US$ 2 trilhões em uma década.
No dia 3 de junho, já fora do governo, Musk usou sua conta no X para criticar o pacote, chamando-o de “abominação repugnante” e dizendo que não podia mais se calar. Dois dias depois, em 5 de junho, Trump respondeu durante um evento na Casa Branca com o chanceler alemão Friedrich Merz. O presidente disse estar “muito desapontado” com Musk e sugeriu que as críticas do empresário estavam ligadas ao fim de políticas de incentivo a veículos elétricos, implementadas pelo governo anterior de Joe Biden.
“Eu disse a Musk para sair porque ele estava irritado com o fim do mandato dos carros elétricos. Ele conhecia o pacote fiscal melhor do que ninguém”, afirmou Trump. Mais tarde, no Truth Social, o presidente acusou Musk de estar “louco” e propôs cortar subsídios às empresas do bilionário como forma de economizar bilhões no Orçamento.
Musk reagiu no X, negando ter tido acesso ao projeto de lei e acusando o governo de aprová-lo “na surdina”. Em seguida, intensificou os ataques, afirmando que Trump não teria vencido a eleição sem seu apoio e insinuando que o nome do presidente aparecia nos “Epstein Files”, documentos relacionados ao esquema de tráfico sexual de Jeffrey Epstein.
No mesmo dia, Musk anunciou o encerramento das operações da nave Dragon, da SpaceX, usada pela Nasa, mas recuou horas depois. Ele também respondeu a uma postagem no X que mencionava um possível impeachment de Trump e, na sexta-feira (6.jun), publicou uma enquete perguntando se os EUA precisavam de um novo partido político — 80% dos respondentes disseram que sim.
Recuo e tensões persistentes
No sábado (7.jun), Musk apagou a postagem que associava Trump aos “Epstein Files”, em um sinal de tentativa de recuo. Durante conversa com jornalistas na sexta-feira, Trump afirmou que não tem intenção de dialogar com Musk no momento e que o empresário “não está em seus pensamentos”.
O embate expõe uma ruptura significativa entre duas figuras influentes do cenário político e empresarial dos EUA, com impactos ainda incertos para a administração Trump e a relação com o setor tecnológico.
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