Na segunda-feira, 21 de julho de 2025, o governo dos Estados Unidos tornou públicos arquivos até então sigilosos sobre a vigilância do FBI contra Martin Luther King Jr. (1929-1968), líder assassinado em 1968. A liberação, que inclui mais de 240 mil páginas, foi autorizada pelo Departamento de Justiça, antecipando o fim do sigilo previsto para 2027. Os documentos, agora disponíveis no site do Arquivo Nacional dos EUA, detalham a vigilância e contêm informações relacionadas a James Earl Ray (1928-1998), condenado pelo assassinato de King.
A decisão, assinada por decreto do presidente Donald Trump em janeiro de 2025, contraria os desejos da família de King. Em comunicado, Martin Luther King III e Bernice A. King, filhos do líder, afirmaram que os arquivos devem ser examinados considerando o contexto histórico. “Durante a vida de nosso pai, ele foi implacavelmente alvo de uma campanha invasiva, predatória e profundamente perturbadora de desinformação e vigilância orquestrada por J. Edgar Hoover por meio do FBI. O objetivo do programa COINTELPRO do governo não era apenas vigiar, mas destruir a reputação de nosso pai e desestabilizar o movimento de direitos civis. Essas ações foram ataques à verdade e às liberdades de cidadãos que lutavam por justiça”, diz a nota. Eles acrescentaram: “Embora apoiemos a transparência e a responsabilização histórica, nos opomos a qualquer ataque ao legado de nosso pai ou a tentativas de usá-lo como arma para espalhar mentiras.”
Tulsi Gabbard, diretora de Inteligência Nacional e membro do Partido Republicano, descreveu a divulgação como “sem precedentes” e elogiou Trump pela iniciativa. Alveda King, sobrinha de Martin Luther King Jr. e apoiadora de Trump, também celebrou a medida. “Meu tio viveu corajosamente em busca da verdade e da justiça, e seu legado duradouro de fé continua a inspirar os norte-americanos até hoje. Enquanto lamentamos sua morte, a desclassificação e a divulgação destes documentos são um passo histórico em direção à verdade que o povo norte-americano merece”, declarou.
Segundo o governo, embora alguns registros já tenham sido liberados anteriormente por pedidos de acesso à informação, esta é a primeira vez que os documentos são reunidos e publicados online em um único acervo. A medida ocorre em meio a pressões para que o governo Trump também libere arquivos relacionados a outros casos, como o de Jeffrey Epstein, e segue a divulgação, em março de 2025, de documentos sobre o assassinato de John F. Kennedy, em 1963.
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