Trump anuncia plano para reunião entre Putin e Zelensky após cúpula na Casa Branca

Negociações visam encontro até o fim de agosto, com garantias de segurança para a Ucrânia em debate
Por: Brado Jornal 19.ago.2025 às 07h56
Trump anuncia plano para reunião entre Putin e Zelensky após cúpula na Casa Branca
(Mandel NGAN/AFP)
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revelou estar coordenando um encontro entre o presidente russo, Vladimir Putin, e o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, após discussões na Casa Branca com líderes europeus, nesta segunda-feira, 18 de agosto de 2025. Segundo o portal Axios, uma fonte próxima às negociações informou que a reunião entre os dois líderes pode ocorrer até o final de agosto.

Em uma postagem nas redes sociais, Trump declarou: “Após a conclusão das reuniões, liguei para o presidente Putin e comecei os preparativos para uma reunião, em local a ser determinado, entre o presidente Putin e o presidente Zelensky. Após essa reunião, teremos uma reunião trilateral, que seria composta pelos dois presidentes, além de mim. Novamente, este foi um passo inicial muito bom para uma guerra que já dura quase quatro anos.”

Trump destacou que a conversa com Putin incluiu discussões sobre garantias de segurança para a Ucrânia, que seriam coordenadas pelos Estados Unidos e países europeus. Ele mencionou o envolvimento do vice-presidente J.D. Vance, do secretário de Estado, Marco Rubio, e do enviado especial Steve Witkoff nas tratativas com Rússia e Ucrânia. “O presidente (Vladimir) Putin concordou que a Rússia aceitaria garantias de segurança para a Ucrânia. E este é um dos pontos-chave que precisamos considerar”, afirmou Trump, expressando otimismo sobre um acordo que evite futuras agressões contra a Ucrânia.

As condições exigidas pela Rússia, segundo as agências estatais Tass e Interfax, permanecem inalteradas: retirada total das tropas ucranianas das regiões que Moscou reivindica (cerca de 20% do território ucraniano), abandono das aspirações da Ucrânia de ingressar na Otan, limitação do Exército ucraniano e realização de novas eleições. O Kremlin não reconhece Zelensky como líder legítimo, alegando que ele permaneceu no poder ilegalmente em 2025, já que eleições previstas foram suspensas devido ao conflito.

Garantias de segurança em foco

Líderes europeus presentes na cúpula enfatizaram a necessidade de garantias de segurança para a Ucrânia e a Europa. O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, declarou: “Estamos falando de segurança, não apenas da Ucrânia, estamos falando da segurança da Europa e do Reino Unido também, e é por isso que esta é uma questão tão importante.” Já o presidente francês, Emmanuel Macron, sugeriu uma reunião quadrilateral com a presença de um líder europeu, destacando que “quando falamos de garantias de segurança, falamos de toda a segurança do continente europeu”.

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, reforçou que garantias de segurança são uma “pré-condição para qualquer tipo de paz”. Trump sugeriu que essas garantias poderiam incluir uma força de paz estrangeira na Ucrânia, embora o Kremlin já tenha rejeitado essa ideia anteriormente.

Zelensky, ao chegar a Washington no domingo, expressou esperança de que a “força compartilhada” com os EUA e aliados europeus leve a Rússia a uma “paz verdadeira”. Em um post no X, ele afirmou: “Todos nós compartilhamos um forte desejo de encerrar esta guerra de forma rápida e confiável. E a paz deve ser duradoura. Não como foi anos atrás, quando a Ucrânia foi forçada a ceder a Crimeia e parte do nosso Leste parte de Donbas e Putin simplesmente usou isso como trampolim para um novo ataque.”

O enviado especial de Trump, Steve Witkoff, indicou que as garantias de segurança poderiam ser comparáveis ao Artigo 5 da Otan, mas fora de sua estrutura, oferecendo proteção equivalente à Ucrânia. Líderes europeus reiteraram apoio à integridade territorial ucraniana e oposição a qualquer acordo que recompense a agressão russa. Enquanto isso, o enviado russo Mikhail Ulyanov afirmou que Moscou também espera garantias de segurança em qualquer acordo de paz.

As negociações seguem sem data confirmada para as reuniões, mas o avanço nas discussões marca um passo significativo em meio a um conflito que se estende por quase quatro anos.


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