Os Estados Unidos, sob o comando do presidente Donald Trump, do Partido Republicano, anunciaram o envio de três destróieres para as proximidades da costa venezuelana, uma ação que intensifica a tensão com o governo de Nicolás Maduro. A operação, que envolve os navios USS Gravely, USS Jason Dunham e USS Sampson, equipados com sistemas de mísseis guiados Aegis, tem como objetivo combater o narcotráfico na América Latina, segundo fontes da Casa Branca. A mobilização inclui cerca de 4.000 militares, entre marinheiros e fuzileiros navais, e deve se prolongar por meses em águas e espaço aéreo internacionais.
A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, declarou na terça-feira, 19 de agosto de 2025, que “o presidente Trump tem sido claro e consistente. Ele está preparado para usar toda a força norte-americana para impedir a entrada de drogas nos EUA e levar os responsáveis à justiça”. Ela reforçou que “o regime de Maduro não é legítimo, é um cartel narcoterrorista. Maduro não é um presidente legítimo, é um fugitivo”.
A operação militar não se limita a vigilância. Uma fonte anônima do governo americano revelou que os navios podem servir como plataformas para ataques direcionados, caso autorizados, e que a missão inclui aviões de reconhecimento P-8 Poseidon e pelo menos um submarino de ataque nuclear. A justificativa é a luta contra cartéis classificados como organizações terroristas globais, como o Cartel de los Soles, supostamente liderado por Maduro, além do Cartel de Sinaloa e do grupo venezuelano Tren de Aragua.
Em 7 de agosto, os EUA dobraram a recompensa por informações que levem à captura ou condenação de Maduro, elevando o valor para US$ 50 milhões, superando a oferta histórica por Osama bin Laden após os ataques de 11 de setembro de 2001. A procuradora-geral Pamela Bondi afirmou que “os EUA já apreenderam mais de US$ 700 milhões em bens ligados ao venezuelano, incluindo dois jatos particulares e nove veículos”, além de 30 toneladas de cocaína, parte misturada com fentanil, atribuídas a Maduro e seus aliados.
As acusações contra Maduro começaram em março de 2020, quando foi indiciado por narcoterrorismo, conspiração para importar cocaína e uso de armas em apoio ao tráfico. O Departamento de Justiça dos EUA o aponta como líder do Cartel de los Soles, uma organização que, segundo o Departamento do Tesouro, corrompeu instituições venezuelanas desde os anos 1990, facilitando o envio de 200 a 250 toneladas de cocaína para os EUA e Europa.
Em resposta, Maduro mobilizou 4,5 milhões de milicianos na segunda-feira, 18 de agosto, para “garantir a cobertura do território nacional” com grupos armados, classificando as ações dos EUA como “renovação das ameaças extravagantes e bizarras”. Ele afirmou que a Venezuela “defenderá nossos mares, nossos céus e nossas terras” contra o que chamou de “ameaça bizarra e absurda de um império em declínio”. O ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino López, também alvo de recompensas americanas, classificou as acusações como “ilegais” e “desesperadas”, negando envolvimento com o narcotráfico e acusando os EUA de serem responsáveis pela crise de consumo de drogas em seu território.
A mobilização americana reacende temores de uma possível intervenção militar, semelhante à invasão do Panamá em 1989 contra Manuel Noriega. Governos regionais, como o do Brasil, expressaram preocupação, destacando a longa fronteira com a Venezuela e o risco de desestabilização na América Latina.
Deixe sua opinião!
Assine agora e comente nesta matéria com benefícos exclusivos.
Sem comentários
Seja o primeiro a comentar nesta matéria!
Carregando...