Venezuela provoca EUA com sobrevoo de caças sobre navio no Caribe

Ação de dois F-16 venezuelanos é vista como tentativa de interferir em operações antidrogas americanas
Por: Brado Jornal 05.set.2025 às 08h41
 Venezuela provoca EUA com sobrevoo de caças sobre navio no Caribe
Marinha dos EUA - Reuters
Dois caças F-16 da força aérea venezuelana realizaram um sobrevoo próximo ao destróier americano USS Jason Dunham, equipado com mísseis guiados, em águas internacionais do sul do Caribe na quinta-feira, 4 de setembro de 2025. O Departamento de Defesa dos Estados Unidos classificou a manobra como um ato “altamente provocador” e acusou o governo de Nicolás Maduro de tentar obstruir operações militares americanas voltadas ao combate ao narcotráfico e ao terrorismo na região. “Esse movimento altamente provocador foi projetado para interferir em nossas operações contra o narco-terrorismo”, afirmou o Pentágono em comunicado oficial, alertando que “o cartel que governa a Venezuela é fortemente aconselhado a não prosseguir com esforços para obstruir, deter ou interferir nas operações de combate ao narcotráfico e ao terrorismo conduzidas pelos militares dos EUA”.

A ação ocorreu dois dias após um ataque militar americano contra uma embarcação venezuelana no Caribe, que, segundo autoridades dos EUA, transportava drogas. O presidente Donald Trump informou que o ataque resultou na morte de 11 supostos membros do grupo Tren de Aragua, designado como organização terrorista pelos EUA. A embarcação foi destruída em uma operação que Trump descreveu como um recado claro: “Há mais por vir”, disse ele, reforçando que “muitos barcos com drogas estão saindo da Venezuela”. O USS Jason Dunham integra uma frota de pelo menos sete navios de guerra americanos, com mais de 4.500 marinheiros e fuzileiros, posicionados no Caribe para intensificar operações contra cartéis de drogas, em uma escalada de tensões com o governo Maduro.

Maduro, por sua vez, nega as acusações de envolvimento com o narcotráfico e classificou a presença naval americana como uma “ameaça criminosa e sangrenta”. Ele anunciou a mobilização de milícias e forças militares para proteger a costa venezuelana, afirmando estar em “máxima prontidão” contra qualquer possível ataque dos EUA. A operação americana ocorre em um contexto de crescente pressão contra o líder venezuelano, com os EUA oferecendo uma recompensa de 50 milhões de dólares por informações que levem à sua captura, acusando-o de liderar redes de tráfico de drogas.

Especialistas em direito internacional questionaram a legalidade do ataque americano à embarcação venezuelana, apontando que o uso de força letal contra um barco sem ameaça iminente pode violar normas internacionais. “O fato de os EUA descreverem os indivíduos mortos como narcoterroristas não os transforma em alvos militares legítimos”, disse o professor Michael Becker, da Trinity College Dublin. Apesar das críticas, o Secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, defendeu a ação, argumentando que a ameaça das drogas ao público americano justifica medidas drásticas: “O envenenamento do povo americano acabou”. A tensão entre os dois países segue elevada, com o Pentágono prometendo continuar suas operações na região.


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