EUA realizam ataques aéreos contra o Estado Islâmico no noroeste da Nigéria

Trump justifica ação pela proteção a cristãos, mas Nigéria classifica operação como conjunta e sem ligação religiosa
Por: Brado Jornal 26.dez.2025 às 09h36
EUA realizam ataques aéreos contra o Estado Islâmico no noroeste da Nigéria
Foto: AFP via Getty Images Donald Trump
As forças militares dos Estados Unidos executaram ataques precisos contra acampamentos do grupo Estado Islâmico (EI) no estado de Sokoto, no noroeste da Nigéria, próximo à fronteira com o Níger.

De acordo com o Comando África dos EUA (Africom), a operação resultou em "múltiplas" mortes de terroristas, com base em avaliação inicial. Um vídeo divulgado pelo Departamento de Defesa mostra o lançamento de um míssil a partir de um navio militar.

O presidente Donald Trump anunciou a ação no Truth Social, descrevendo-a como "poderosa e mortal" contra o que chamou de "escória terrorista do EI no noroeste da Nigéria, que vinham atacando e matando cruelmente, principalmente, cristãos inocentes". Ele acrescentou: "Eu havia avisado anteriormente esses terroristas que, se não parassem de massacrar cristãos, haveria um inferno a pagar, e esta noite houve". Trump enfatizou: "Sob minha liderança, nosso país não permitirá que o terrorismo islâmico radical prospere".

O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, agradeceu o apoio nigeriano e escreveu em X: "Grato pelo apoio e cooperação do governo nigeriano". Ele completou com "Feliz Natal!".

Já o ministro das Relaas Exteriores da Nigéria, Yusuf Maitama Tuggar, afirmou à BBC que se tratava de uma "operação conjunta" e que "não tinha nada a ver com uma religião específica". Sem citar diretamente o EI, ele explicou que a ação foi planejada "há bastante tempo", com uso de inteligência fornecida pelo lado nigeriano, e não descartou novos ataques, dependendo de "decisões a serem tomadas pelas lideranças dos dois países".

Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores da Nigéria destacou o compromisso com "cooperação estruturada em matéria de segurança com parceiros internacionais, incluindo os Estados Unidos", o que levou a "ataques precisos contra alvos terroristas na Nigéria por meio de ataques aéreos no noroeste".

Grupos que monitoram a violência no país, dividido quase igualmente entre cristãos e muçulmanos, afirmam não haver evidências de que cristãos sejam alvos desproporcionais em comparação a muçulmanos. Jihadistas como Boko Haram e a Província do Estado Islâmico na África Ocidental atuam há mais de uma década no nordeste, onde a maioria das vítimas é muçulmana, segundo dados do Acled. No centro e noroeste, conflitos envolvem disputas por recursos entre pastores (majoritariamente muçulmanos) e agricultores (geralmente cristãos), com violência de ambos os lados.

Em novembro, Trump ordenou preparativos militares para combater militantes islâmicos na Nigéria e designou o país como "de especial preocupação" por supostas violações à liberdade religiosa, alegando "milhares" de mortes de cristãos sem provas específicas. O presidente nigeriano Bola Tinubu reiterou tolerância religiosa e compromisso em proteger todas as crenças.Esta ação ocorre dias após ataques maciços dos EUA contra o EI na Síria.


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