No último domingo, 25, Samir Xaud foi eleito presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) em uma assembleia realizada no Rio de Janeiro. Como candidato único, ele assume o comando da entidade até 2030, com a missão de restaurar a credibilidade do futebol nacional após anos de escândalos e instabilidade. A gestão de Ednaldo Rodrigues, que ocupava o cargo desde 2021, terminou por decisão judicial, abrindo caminho para a ascensão de Xaud.
Logo após a eleição, Xaud prometeu mudanças na condução da CBF, enfatizando uma administração mais transparente. Em seu discurso, ele fez questão de reconhecer o trabalho de Ednaldo Rodrigues, destacando que “suas conquistas são parte do legado do futebol brasileiro e serão respeitadas”. Apesar do tom conciliador, o novo presidente enfrenta desafios significativos, incluindo questões judiciais e a necessidade de unir o futebol nacional.
Quem é Samir Xaud?
Aos 41 anos, Samir Xaud é uma figura relativamente nova no cenário do futebol brasileiro. Natural de Roraima, ele é filho de José Gama Xaud, conhecido como Zeca Xaud, que preside a Federação de Futebol de Roraima há 42 anos. Samir atuava como vice-presidente da federação estadual, onde adquiriu experiência administrativa e se preparava para assumir a liderança local em 2027. Apesar de Roraima não ter tradição de destaque no futebol nacional, a influência de seu pai foi decisiva para sua chegada à CBF.
Além da gestão esportiva, Xaud é médico especializado em infectologia e medicina esportiva, com experiência no comando de um hospital público em Roraima. Ele também é empresário no setor fitness e realizou cursos de gestão na Federação Paulista de Futebol, o que complementa seu currículo. Antes de se dedicar ao futebol, tentou a carreira política, concorrendo a deputado estadual pelo MDB em 2018 e 2022, mas não obteve êxito, alcançando apenas a suplência em sua melhor campanha.
Desafios judiciais
Assim como outros líderes da CBF, Xaud assume o cargo sob escrutínio. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, ele responde a um processo por improbidade administrativa relacionado à sua gestão no Hospital Geral de Roraima. A ação, baseada em investigações do Tribunal de Contas e denúncias do Ministério Público, aponta suposta falsificação de documentos que teria beneficiado uma empresa, causando prejuízo de R$ 1,4 milhão aos cofres públicos. A defesa de Xaud nega as acusações e afirma que sua inocência será comprovada.
Outra questão envolve uma disputa fundiária: Xaud busca regularizar uma fazenda em Roraima que, segundo registros, inclui áreas de proteção ambiental. Seus advogados negam qualquer irregularidade e afirmam que o caso está sendo tratado adequadamente.
O que esperar de sua gestão?
Com pouca experiência direta no futebol, Samir Xaud chega à CBF com o desafio de unir clubes, federações e torcedores em torno de um projeto que fortaleça o esporte. Sua formação em gestão e medicina esportiva pode trazer uma visão inovadora, mas o sucesso de sua administração dependerá de sua capacidade de superar as controvérsias e promover um diálogo aberto com todos os envolvidos no futebol brasileiro.
A eleição de Xaud marca um novo capítulo para a CBF, e os próximos anos serão cruciais para definir seu impacto no esporte mais popular do país.
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