Violência no Equador já deixou pelo menos 10 mortos e 70 presos

Ataques foram realizados por homens armados nas ruas de cidades do Equador na terça-feira (9)
Por: Brado Jornal 10.jan.2024 às 13h06
Violência no Equador já deixou pelo menos 10 mortos e 70 presos

A escalada da violência no Equador já deixou um saldo de pelo menos 10 mortos, segundo informações do Clarín. Do total registrado até o momento, 8 morreram nos ataques realizados na terça-feira (9) por facções criminosas em Guayaquil, cidade portuária equatoriana.

A Polícia Nacional do Equador anunciou a morte de 2 policiais na cidade de Nobol. “Esse é o sacrifício que juramos à pátria e não descansaremos até encontramos os responsáveis por esse ato criminoso”, disse em publicação no X.

Também segundo a corporação, 70 pessoas já foram presas por todo o país. Além disso, os 3 policiais sequestrados durante uma rebelião em um presídio do Equador na terça-feira (9) foram liberados.


ENTENDA O CASO

A escalada da violência no país sul-americano começou depois que o Ministério Público do Equador anunciou, no domingo (7), que José Adolfo Macías Villamar, conhecido como Fito, não foi encontrado na prisão onde deveria estar. Ele um dos líderes do grupo Los Choneros e é considerado um dos criminosos mais perigosos do Equador.

Na segunda-feira (8), o presidente equatoriano, Daniel Noboa, decretou estado de exceção em todo o país por 60 dias. A medida permite que as Forças Armadas auxiliem o trabalho da polícia nas ruas do Equador. Durante a vigência, haverá ainda toque de recolher das 23h às 5h e restrições ao direito:

  • de reunião;
  • privacidade de domicílio e de correspondência: não é preciso uma ordem judicial para que as autoridades entrem nas casas das pessoas.


Já na terça-feira (9), Noboa anunciou um estado de “conflito armado interno” no Equador. A iniciativa expandiu a permissão para ações do Exército e da polícia e autoriza as Forças Armadas a realizarem operações militares contra organizações criminosas. No país, 22 grupos são listados como “organizações terroristas” e “atores beligerantes”, incluindo o grupo Los Choneros.

O texto publicado pelo presidente não menciona o termo “guerra civil”. A equipe de comunicação preferiu utilizar o correspondente jurídico “conflito armado interno” para se referir ao que está acontecendo no Equador.

Imagens divulgados nas redes sociais na terça-feira (9) mostraram ataques realizados por homens armadas nas ruas de cidades do Equador. Carros foram incendiados. Além disso, policiais foram sequestrados em Machala, Quito e El Empalme. Cenas de violência também foram registradas em Guayaquil.

Homens armados também invadiram, na terça-feira (9), uma transmissão ao vivo do canal de TV TC Televisión, da cidade de Guayaquil, no Equador. A Polícia Nacional equatoriana disse ter prendido os suspeitos posteriormente.

Em vídeos que circulam nas redes sociais, os homens afirmam ter bombas e ameaçam funcionários da emissora. Também é possível ouvir sons semelhantes a disparos.


VIOLÊNCIA NO EQUADOR

A crise de segurança no país é causada principalmente pelo fortalecimento de facções criminosas, do narcotráfico e dos problemas no sistema prisional. O Equador é uma das principais rotas para o envio de drogas à Europa e aos Estados Unidos.

A instabilidade política, que contribui para a piora da condição social e econômica do país, também é um fator que agrava a situação. Em 2023, o Equador teve que antecipar a última eleição presidencial depois que o ex-presidente Guillermo Lasso dissolveu a Assembleia Nacional.

A corrida eleitoral foi marcada por violência política. Em 9 de agosto, o candidato à Presidência Fernando Villavicencio foi morto a tiros enquanto deixava um comício em Quito.

Houve ainda a morte de Pedro Briones, líder do movimento político fundado pelo ex-presidente Rafael Correa, e um atentado contra Estefany Puente –candidata à Assembleia Nacional do Equador, que teve seu carro baleado e foi atingida de raspão no braço esquerdo.

Em 18 de agosto, tiros foram ouvidos durante o comício do candidato à Presidência equatoriana, Daniel Noboa, na cidade de Durán.

Noboa foi eleito em 15 de outubro de 2023. Porém, em vez de governar o país por 4 anos, ele terá um mandato “tampão” e ficará no cargo até 2025 para terminar o mandato de Lasso. Ao tomar posse em 23 de novembro, o presidente afirmou que um de seus objetivos é acabar com a violência.

Sua plataforma política também tem como foco principal a reforma do sistema prisional e judicial do Equador. Ele defende a formação de policiais em técnicas de resolução pacífica de conflitos e o desenvolvimento de programas de reabilitação para presos com o objetivo de reduzir as taxas de reincidência.



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